ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-4-2004.

 


Aos vinte e seis dias do mês de abril de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, o Projeto de Resolução nº 067/04 (Processo nº 2139/04); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 445/03 (Processo nº 6185/03); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Pedido de Providências nº 829/04 (Processo nº 2230/04); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providências nº 834/04 (Processo nº 2269/04); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 093/04 (Processo nº 2215/04); pelo Vereador Nereu D’Avila, o Pedido de Informações nº 060/04 (Processo nº 2198/04) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 086/04 (Processo nº 2141/04). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 181/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 012/04 (Processo nº 2264/04). Na ocasião, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pela Senhora Presidenta, solicitando desarquivamento de Processos: de autoria do Vereador Adeli Sell, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 188/00, 273/01, 182 e 196/02 (Processos nos 2652/00, 4057/01, 2869 e 3153/02, respectivamente); de autoria do Vereador Luiz Braz, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 024/02 (Processo nº 729/02). Também, foi apregoado o Memorando nº 111/04, firmado pela Senhora Presidenta, através do qual Sua Excelência informa que o Vereador Ervino Besson se encontra representando externamente este Legislativo, hoje, no lançamento da Rede de Mercados, Padarias e Açougues e na inauguração do Mercado Modelo dessa Rede, no Bairro Jardim Itu Sabará. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 150, 151, 152, 153, 163, 164, 165 e 166/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do sexagésimo aniversário do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre – HPS, nos termos do Requerimento nº 021/04 (Processo nº 0656/04), de autoria do Vereador João Antonio Dib. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Roberto Pellegrini Coral, Diretor do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre; a Senhora Sandra Fagundes, Secretária Municipal da Saúde, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Coronel Tarso Antônio Marcadella, Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib, como proponente da presente homenagem, sublinhou a eficiência do Hospital de Pronto Socorro e de seu corpo médico, recordando atendimento de urgência prestado a Sua Excelência, em mil novecentos e sessenta e oito, naquele Hospital. Ainda, ressaltou a qualidade dos serviços e dos equipamentos disponibilizados à população pelo HPS, relatando a história de construção e fundação dessa entidade. O Vereador João Antonio Dib, dando continuidade a seu pronunciamento em Comunicações, salientou a importância da colaboração coletiva na constante evolução do Hospital de Pronto Socorro, lembrando participações de Sua Excelência que contribuíram para o crescimento dessa instituição. Além disso, elogiou a dedicação de seus servidores e argumentou que este Legislativo tem o compromisso de se engajar por melhores condições de operacionalidade para o HPS. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Aldacir Oliboni, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Juarez Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Adeli Sell em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Aldacir Oliboni. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Juarez Pinheiro destacou que o Hospital de Pronto Socorro é uma referência para instituições de saúde no Brasil e no mundo, classificando-o como um símbolo da capacidade do Poder Público de oferecer bom atendimento médico à população. Também, defendeu reformulação no Serviço Nacional de Saúde, alegando que noventa e cinco por cento das ocorrências médicas poderiam ser resolvidas em postos de saúde. O Vereador Elói Guimarães definiu o Hospital de Pronto Socorro como uma das instituições com maior credibilidade no Estado, realçando a importância do trabalho da administração desse Hospital para que essa condição fosse alcançada. Nesse sentido, exaltou que o atendimento prestado pelo HPS não discrimina qualquer pessoa, enfatizando a vocação da entidade em assistir a população mais carente de todos os lugares do Rio Grande do Sul. O Vereador Pedro Américo Leal discursou sobre os motivos que levaram Sua Excelência a se dedicar durante vários anos ao Hospital de Pronto Socorro, justificando que os serviços que Sua Excelência prestou àquela instituição são exercidos atualmente por pessoas com maior disponibilidade de dedicação. Ainda, analisou a abrangência do atendimento e a habilidade do HPS em salvar vidas, julgando ser essa a missão principal dessa instituição. O Vereador Isaac Ainhorn discorreu acerca da história do Hospital de Pronto Socorro, argumentando que o HPS representa um patrimônio de Porto Alegre e ressaltando que a instituição já havia adquirido respeitabilidade desde seus primeiros anos de existência. Também, avaliou esse Hospital como uma das melhores referências médicas do Brasil, afirmando que o HPS propicia ao seu corpo técnico reconhecimento internacional na área da saúde. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor Roberto Pellegrini Coral, que destacou a importância do registro hoje feito por este Legislativo, com referência ao sexagésimo aniversário do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre - HPS. Às quinze horas e um minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dois minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste noticiou a abertura e lançamento oficial, hoje, da campanha para os Conselhos Tutelares do Município de Porto Alegre, discorrendo sobre o assunto e mencionando que a Lei Federal nº 8.069/90, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, estabeleceu a criação dos Conselhos Tutelares. Nesse sentido, chamou a atenção para a responsabilidade das comunidades na participação dessas eleições. O Vereador Luiz Braz comentou tragédia ocorrida na Zona Leste do Município de Porto Alegre, sobre família que foi assassinada, debatendo as possíveis causas desse fato. Ainda, lembrando a gravidade que a questão do tráfico atingiu no Estado do Rio de Janeiro, debateu a expansão desse problema no Rio Grande do Sul e, particularmente, em Porto Alegre, e criticou o Executivo Municipal em relação às políticas públicas nas áreas da segurança e da saúde. A Vereadora Helena Bonumá abordou a temática da violência urbana, mencionando assassinato de família ocorrido recentemente em Porto Alegre. Também, teceu considerações a respeito da eficiência do policiamento, chamando a atenção para a necessidade de melhor qualificação das Polícias e de definição de prioridades para combater distorções nesse organismo. Finalizando, apontou a criação de secretarias de segurança nos Municípios como fator que ajudaria a diminuir esse problema. Na ocasião, os Vereadores Dr. Goulart e Beto Moesch manifestaram-se a respeito do comparecimento e distribuição física, nas galerias, dos visitantes e representantes de entidades presentes neste Legislativo para acompanhar os debates relativos ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo n° 060/04, os Projetos de Resolução nos 062 e 063/04; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo n° 476/03, o Projeto de Resolução n° 061/04; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 001/00, 006, 007, 008, 064 e 071/04, em 5ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/04. Na oportunidade, os Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch, Reginaldo Pujol, Guilherme Barbosa e a Vereadora Helena Bonumá manifestaram-se durante o período de Pauta. Em seguida, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, à Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 010/03 (Processo n° 5347/03). A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quinze horas e trinta e dois minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado o Requerimento nº 074/04 (Processo nº 2068/04 - Autorização para representar externamente esta Casa no “Encontro Nacional de Agentes Públicos Municipais”, a ser realizado no período de vinte e oito a trinta de abril do corrente, no Município de Foz do Iguaçu – PR), de autoria do Vereador Luiz Braz. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, o qual foi discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Juarez Pinheiro, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Sofia Cavedon, Isaac Ainhorn, Sebastião Melo, João Bosco Vaz, João Antonio Dib, Cassiá Carpes, Gerson Almeida, Nereu D’Avila e Wilton Araújo. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, a Vereadora Maria Celeste cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Juarez Pinheiro. Também, os trabalhos estiveram suspensos das dezesseis horas e vinte e cinco minutos às dezesseis horas e vinte e seis minutos, das dezesseis horas e trinta e um minutos às dezesseis horas e trinta e dois minutos e das dezesseis horas e quarenta e seis minutos às dezesseis horas e quarenta e sete minutos, nos termos regimentais. Na ocasião, a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, durante a discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, o que foi deferido pela Senhora Presidenta, após anuência do Orador. Ainda, o Vereador Dr. Goulart formulou Requerimento verbal, solicitando a abertura das portas deste Plenário, para permitir o acesso de pessoas que não conseguiram lugar nas galerias, tendo a Senhora Presidenta esclarecido que essa medida é uma decisão técnica a ser definida pelo Serviço de Segurança e Vigilância deste Legislativo. Também, tendo em vista solicitações dos Vereadores Carlos Pestana e Isaac Ainhorn, foram efetuadas verificações de quórum, tendo sido constatada a existência do mesmo e tendo se manifestado a respeito o Vereador Isaac Ainhorn. Na oportunidade, foi votado Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, o qual obteve quinze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Juarez Pinheiro, João Antonio Dib, Carlos Alberto Garcia, Elias Vidal e Isaac Ainhorn, em votação nominal solicitada pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Sebastião Melo, tendo votado os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Wilton Araújo, votação esta declarada nula pela Senhora Presidenta, face à inexistência de quórum deliberativo. Ainda, face à formulação do Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, anteriormente votado, o Vereador Cassiá Carpes manifestou-se acerca da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Às dezoito horas e três minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Luiz Braz. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período está destinado a assinalar o transcurso do 60º aniversário do Hospital de Pronto Socorro, nos termos do Requerimento nº 021/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib.

Eu convido a compor a Mesa o Dr. Roberto Pellegrini Coral, Diretor do Hospital de Pronto Socorro; a Srª Sandra Fagundes, Secretária Municipal de Saúde, representando o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre e o Coronel Tarso Antonio Marcadella, Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar.

O Ver. João Antonio Dib, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, eu quero dizer que estou nesta tribuna neste momento, porque, no dia 31 de dezembro de 1968, o Pronto Socorro, como sempre, funcionava na sua integralidade, e, ao chegar lá, pouco mais de uma hora depois eu pude ser operado e me recuperar em grande parte. Mas nisso eu também preciso lembrar da extraordinária figura de neurologista e neurocirurgião que foi o Dr. Ricardo Gavensky e que, até os últimos momentos da sua vida - que durou muito pouco -, tratou sempre de cuidar deste, que ele passou a considerar como seu irmão. Meu preito de saudades àquela figura extraordinária.

Hoje o Pronto Socorro tem muito mais facilidade, hoje o Pronto Socorro tem mais organização: há o quadro da Direção-Geral comando pelo Dr. Roberto Pellegrini Coral, há uma Mesa Curadora - uma coisa nova -, da qual a sociedade porto-alegrense participa através de órgãos representativos e o Poder Público - todos somados na busca de solução cada vez melhor para o Pronto Socorro.

Mas também não se pode falar em Pronto Socorro sem lembrar o extraordinário Prefeito José Loureiro da Silva - para mim, sem dúvida nenhuma, o maior Prefeito que esta Cidade teve. Quando o Prefeito Loureiro da Silva, em 21 de abril de 1937, assumiu a Prefeitura, a convite do General Daltro Filho, dizia: “Sou desta Cidade, aqui nasci, aqui tenho vivido, aqui tenho sofrido e lutado, posso dar-lhe a vida em holocausto. Sendo filho de Porto Alegre, sinto as suas aspirações, procurarei servir minha Cidade sem medir sacrifícios”. O tempo se encarregaria de mostrar que não eram apenas palavras, mas, sim, uma profissão de fé de alguém que amava, e amava de forma extraordinária a sua Cidade. Eu tenho em mãos um relatório da Administração Loureiro da Silva, em 1943, quando ele relatava sobre o Pronto Socorro, que já estava em construção, já que em 1944 ele foi concluído, mas nesse momento o Dr. Loureiro já não estava mais na Prefeitura. Ele dizia o seguinte: “Ao assumirmos esta Prefeitura, encontramos os serviços de Assistência Pública bastante deficientes, principalmente no referente às instalações fixas. Existia um único posto de socorro imediato, localizado em prédio alugado e em lamentáveis condições higiênicas. Além disso, esse posto estava colocado em um ponto excêntrico em relação ao espaço total urbano, o que dificultava, sobremaneira, o transporte dos acidentados. Em face dessa situação premente, resolvemos tomar duas medidas imediatas: primeiro, projetar e construir um hospital para assistência” - naquele tempo, chamava-se Assistência Pública - “e segundo, melhorar o material de transporte dos doentes. Encarregamos o Dr. Bruno Marsiaj, então Diretor da Assistência Pública, de, junto com os técnicos municipais, projetar o hospital. Aquele médico apresentou, em setembro de 1939, um projeto completo e documentado que, com algumas modificações posteriores, foi adotado, e suas obras estão praticamente ultimadas. Trata-se de um hospital com 300 leitos, da modalidade brasileira dos ‘Pronto Socorro’, porém com pequenas variantes. Servirá para atender aos casos urgentes que ali serão hospitalizados...”.

Esse era o Prefeito José Loureiro da Silva, e já prestando uma homenagem a ele, também presto uma homenagem ao Dr. Bruno Marsiaj, um dos construtores do hospital. Se homenageamos o Dr. Marsiaj, gostaria de lembrar alguns nomes extraordinários de médicos que passaram pelo Pronto Socorro, e vou falar apenas naqueles que já não estão mais no nosso meio. Vejo, aqui, alguns colaboradores do Pronto Socorro e que marcaram profundamente, com sua passagem, aquele hospital, pelos seus conhecimentos, pela sua dedicação, pela sua preocupação com a saúde e a recuperação da saúde do porto-alegrense. São eles: Dr. Sérgio Curtiss; Dr. Luiz Carlos Eli, que foi Diretor; Dr. Valério Malinski; Dr. Ubirajara Motta, que também foi Diretor; Dr. Darville de Souza; Dr. Djalmo de Souza; Dr. Altair Simch; Dr. Ary Garcia; Dr. Saul Messias; Dr. Antonio Messias; Dr. Ricardo Gavensky, que já falei, e presto sempre a minha homenagem; Dr. André Canovas; Drª Santuza Gianpetro; Dr. Luiz Maluf; Dr. Walter Loureiro e, provavelmente, há muitos outros nomes para registrar, de pessoas que passaram e marcaram profundamente a história daquele hospital. Eu vejo aqui pessoas que trabalharam na Administração do hospital, como a Drª Ada que ali está.

Mas o Pronto Socorro, de José Loureiro da Silva, foi planejado - segundo esse item que li - para ser construído com cinco andares e teria, basicamente, fundações para mais três, sendo possível, futuramente, dizia ele, transformá-lo num hospital de 400 leitos. Não havia interesse administrativo ou técnico, e as possibilidades de maior número de internações, naquele momento da Cidade, 1937, não tinham razão de ser.

Portanto, hoje o Pronto Socorro aí está, com um corpo clínico da mais alta qualidade. Está em expansão, com equipamentos técnicos de Primeiro Mundo e fazendo a tranqüilidade do porto-alegrense. Como sempre diz o Ver. Pedro Américo Leal, não há uma pessoa que não tenha levado um familiar seu, um amigo ao Pronto Socorro e todos foram muito bem atendidos. E por que foram bem atendidos? Porque as pessoas que lá trabalham...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. João Antonio Dib, gostaria de lhe alertar sobre o tempo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, como estou inscrito em Comunicações, solicito mais cinco minutos.

 

A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: As pessoas que lá trabalham são de uma dedicação inexcedível. Eu fiquei hospitalizado por três meses e aí pude conhecer muito bem, desde o servente até o Diretor-Geral, os enfermeiros, os auxiliares de enfermagem, as pessoas que trabalhavam na cozinha e sempre encontrei daquela gente dedicação e carinho. Os médicos inexcedíveis no seu trabalho, os enfermeiros...enfim, toda a equipe que trabalha lá constitui uma família que tem profunda preocupação com o seu contribuinte porto-alegrense, que, em última análise, é quem faz funcionar o hospital por intermédio dos impostos e também pelo dinheiro que chega do Governo Federal para o SUS, que faz com que a Saúde em Porto Alegre vá melhorando. Está muito longe da perfeição, está muito longe de ser muito boa, mas a cada dia nós esperamos que haja melhoras.

Como eu disse, fiquei três meses lá, quando de lá saí para um hospital em Londres, e tive o prazer imenso, um ano depois de voltar de Londres ou no mesmo ano, 1969: o Prefeito Telmo Thompson Flores convidou para aqui comparecer o Professor Valentine Logue, que havia me atendido na Inglaterra. Nós o levamos a conhecer o Hospital de Pronto Socorro. Ele considerou, naquele tempo, o Hospital de Pronto Socorro um hospital de Primeiro Mundo. Hoje está melhor. O próprio Dr. Telmo Thompson Flores colocou mais um andar; hoje o prédio para a Administração está pronto; hoje a coletividade participa com o seu trabalho, com o seu carinho, com as suas idéias, com as suas orientações, e o Pronto Socorro cada vez é mais respeitado, é mais prestigiado, e nós ficamos felizes com isso. Porque todos aqueles que têm responsabilidade pela administração da Cidade, direta ou indiretamente, querem que a Cidade cresça; ninguém quer ver a Cidade prejudicada, ninguém quer ver o Hospital de Pronto Socorro não atendendo bem. E, quando há alguma queixa, nós ficamos tristes, vamos lá e reclamamos com a tranqüilidade, que deve ser considerada até uma colaboração e não uma crítica, e as coisas vão melhorando lá no Pronto Socorro.

Eu tive a satisfação de, como Prefeito, também, muitas vezes lá comparecer, porque reclamavam deste ou daquele setor. Algumas coisas foram feitas também por mim, como Prefeito; também fiz boa parte dos reparos no Pronto Socorro como Secretário de Obras na Administração Villela. Portanto, a vinculação, além de ter sido paciente, além de ter levado meus familiares lá várias vezes, é muita afetiva, porque convivi, diariamente, com aquelas pessoas que eu via torcerem, que eu via dedicarem-se a todos os pacientes que lá chegavam.

Assim, o Pronto Socorro, do Dr. José Loureiro da Silva, hoje continua servindo à Cidade e, por certo, há de servir melhor, Dr. Coral, porque V. Sª sabe tão bem quanto eu, ou melhor do que eu - porque agora convive lá pela segunda vez na sua Direção -, que aquela gente que lá trabalha o faz com alma e coração.

Portanto, minha cara Secretária, num momento em que nós saudamos os 60 anos do Hospital de Pronto Socorro, nós queremos dizer que, no que depender de nós, o apoio desta Casa há de ser integral para o bem-estar do porto-alegrense, para a melhoria do Pronto Socorro e para a melhoria do atendimento à Saúde na Cidade. Muito obrigado. Saúde e PAZ! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passar a palavra ao próximo Vereador inscrito, eu quero comunicar que o Ver. Aldacir Oliboni solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Na impossibilidade de o Ver. Adeli Sell, próximo Suplente do PT, assumir o exercício da Vereança, a Mesa declara empossado o Suplente Juarez Pinheiro, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a COSMAM. Seja bem-vindo à sua Casa, Ver. Juarez Pinheiro.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Helena Bonumá.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Exma Srª Presidenta da Câmara de Vereadores, Verª Margarete Moraes. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A vida nos reserva sempre surpresas, e talvez esse inusitado permanente seja aquilo que mais encante a nossa vida. Convocado que fui pela Bancada do PT para assumir hoje no impedimento de um colega, adentro o plenário e encontro sendo homenageada, por uma iniciativa do decano João Antonio Dib, uma instituição de Saúde que é referência não só para Porto Alegre, mas para todo o País e para o mundo. Não sei por que os colegas resolveram homenagear-me com tamanha distinção, estando aqui presentes funcionários, médicos, construtores desta instituição, para que eu fosse, neste momento, representante da nossa Bancada para homenageá-la, Dr. Coral. Talvez o fato de ter eu dirigido uma instituição, junto com o Ver. Cláudio Sebenelo, com 5.800 funcionários, que também tinha uma unidade de traumas, uma unidade de queimados, que é o eixo do atendimento do Hospital de Pronto Socorro, seja essa a razão da homenagem que me fazem.

Quero dizer que nesta homenagem, possivelmente, todos os porto-alegrenses gostariam de estar. Nós vivemos numa época de símbolos, e símbolos, em geral, negativos, e símbolos, inclusive, pela violência que nos passa os meios de comunicação, inclusive os de morte. Hoje nós estamos, aqui, comemorando algo que é o símbolo da vida, um símbolo que significa a possibilidade que tem, sim, o Poder Público de manter instituições qualificadas, referências, para atendimento daquilo que há de mais sagrado para a pessoa humana, que é a vida.

Trabalhar num hospital de pronto-socorro, Ver. Sebenelo, significa trabalhar no limite entre a vida e a morte! Nós temos hoje, no Brasil, uma estruturação que vem de décadas, Dr. Coral, absolutamente absurda, que não hierarquiza os serviços de Saúde. Noventa e cinco por centro dos casos poderiam ser resolvidos em postos de saúde, para termos, posteriormente, hospitais regionais, e, só no final, instituições terciárias que atenderiam aos casos mais graves. Mesmo assim, com um sistema em nível nacional que precisa ser reformulado, o Hospital de Pronto Socorro dá conta, de forma absoluta, dessa agenda e é hoje referência pelos profissionais que possui e que possuiu ao longo do tempo, desde aqueles que o constituíram; a verdadeira fortaleza que é para um médico, para um profissional de Saúde ter a honra de trabalhar no Pronto Socorro.

E o Ver. João Dib vai-me desculpar, mas não é uma segurança apenas para os porto-alegrenses. O Hospital de Pronto Socorro faz parte, sim, de um sistema muito mais amplo, tinha há poucos anos, cara Secretária Sandra Fagundes, 24 equipamentos de saúde e hoje tem 144, atende o SUS de forma integral. Esse hospital especializado em traumas, em queimados, que, como já disse, é o limite que, infelizmente, por razões de acidente ou problemas de ordem orgânica, o cidadão alcança um dado momento da vida, é referência de qualidade e honra desta Cidade, honra o sistema de saúde, constituído há muito tempo, e honra este Estado e este País.

Dr. Coral, uma inovação atual, realizada na sua administração, foi a construção do anexo ao Pronto Socorro, que hoje vai possibilitar, Ver. Cláudio Sebenelo, que não seja realizado só aquele atendimento inicial, depois de um trauma, depois de uma queimadura, mas que aquele atendimento iniciado nesse equipamento de saúde possa ter continuidade, inclusive, com o mesmo profissional de Saúde que o atendeu logo depois do incidente de grande gravidade. Esse avanço, essa qualificação que o Hospital de Pronto Socorro - orgulho de Porto Alegre, orgulho do Rio Grande do Sul - alcançou recentemente, num planejamento que já vem de outras gestões, mas finalizado na gestão do Dr. Coral, é um acréscimo de imensa qualidade.

Nós desejamos vida longa ao Pronto Socorro, queremos parabenizar a sua Direção, a Secretária de Saúde, que tem a honra, também, de dirigir este Sistema qualificado, Sistema que foi elogiado em 2001 - eu falo do SUS, como sendo a Cidade com melhor qualificação. Portanto, finalizo saudando os médicos, os paramédicos e os porto-alegrenses por terem esse equipamento de saúde tão qualificado. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço o pronunciamento do Ver. Juarez Pinheiro.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Deixar de falar no Pronto Socorro, para um Vereador que já tem seis mandatos na Câmara Municipal de Porto Alegre, seria injustificável sob todo e qualquer aspecto, porque, se há um referencial e credibilidade, talvez uma das instituições que detenha mais crédito - não é na Cidade de Porto Alegre, não, é no Estado do Rio Grande do Sul -, é o nosso homenageado, o sexagenário Pronto Socorro de Porto Alegre, que, ao longo da sua história, nas mais diferentes administrações, vem sendo conduzido por eminentes diretores, como V. Exª, aqui, hoje, que se faz presente, Dr. Coral.

Então, o Pronto Socorro da nossa Cidade recebe hoje esta homenagem, não temos dúvidas de que ele está representado por nós, aqui, Vereadores. E tenho absoluta certeza de que estamos falando, prezado Diretor Coral, pelo Estado do Rio Grande do Sul e também - por que não dizer? – por outras regiões. Porque o Pronto Socorro de Porto Alegre é uma instituição que atende, indiscriminadamente, a toda e qualquer pessoa, seja porto-alegrense, gaúcha, brasileira, estrangeira que para ali é conduzida, porque a sua natureza é exatamente vocacionada a atender àqueles que da instituição precisam.

Portanto, hoje, Porto Alegre e a Câmara Municipal estão prestando uma das melhores homenagens de tantas quantas já se prestou neste ano e durante todo o tempo, que é para o nosso Pronto Socorro. E ainda representando a Câmara, e em seu nome, Presidenta, lá no Teatro da OSPA, juntamente com o Diretor e a Secretária de Saúde, assistimos o carinho com que a nossa OSPA homenageava o Pronto Socorro. Podemos avaliar o carinho, a admiração das pessoas, a credibilidade que o Pronto Socorro tem junto às pessoas.

É uma instituição modelar que merece toda a nossa atenção, Ver. João Antonio Dib. Se há unanimidade, é com o Pronto Socorro. O Pronto Socorro é unanimidade aqui, ali, acolá! É unanimidade na Cidade! Que magnífica instituição, com know how técnico-profissional, avançando, melhorando. A cada ano que passa o Pronto Socorro melhora. Ele tem os seus problemas, sim. A Saúde tem graves problemas, mas o Pronto Socorro é unanimidade, porque é uma casa, é uma instituição que presta serviços relevantíssimos. Ali está o Pronto Socorro naqueles momentos dramáticos, para, exatamente, acolher e salvar vidas. Por isso, esta homenagem singulariza-se este ano, Ver. João Antonio Dib. Tantas e tantas homenagens poderíamos prestar, mas uma homenagem ao Pronto Socorro tem um caráter muito sério e muito relevante.

Portanto, recebam a nossa saudação os dirigentes do Pronto Socorro aqui presentes, os senhores funcionários, os médicos e, de resto, a instituição no seu todo. Também aproveito para agradecer a oportunidade que me deu o Ver. João Bosco Vaz - para falar em seu nome -, porque eu não poderia calar diante da homenagem ao Pronto Socorro; essa instituição que, para a Cidade, é unanimidade - para mim, ela é unanimidade, inquestionavelmente. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço a manifestação do Ver. Elói Guimarães, Vice-Presidente desta Casa.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel, para homenagear os 60 anos do Hospital de Pronto Socorro.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O João Antonio Dib acaba de fazer uma peraltice. E o que é uma peraltice? É uma travessura, uma traquinada. Ele propôs, antes de mim, uma homenagem ao Pronto Socorro.

Todos sabem que eu tinha muita antipatia pelo PT.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Não sei por que é que está havendo esta reação vinda do público que nos brinda com a sua presença, mas, de qualquer maneira, continuo... Não identifico perfeitamente qual é a reação, se é benéfica ou maléfica a mim.

Mas por que é que disse isso, meu velho amigo e querido companheiro, Dr. Coral? Porque me entreguei, envolvi-me com o Pronto Socorro, quando cheguei aqui e tinha bastante antipatia por tudo o que se relacionasse ao PT. Todos sabem disso! Porto Alegre e o Rio Grande sabem disso!

Qual não foi a minha surpresa quando encontrei, no PT, no Pronto Socorro, grande apoio para um prezado amigo que tinha ao chegar aqui na Câmara, há 12 anos: o meu querido amigo Wilmar, um simples obreiro, mas é meu amigo, e daí? É um homem, um trabalhador braçal, mas come comigo na minha casa! Ele foi surpreendido por um ônibus, tripulado por um louco que o atingiu, estatelou-o e causou, provocando nele um mal tremendo. Perguntei ao Dr. Coral, lá pelo término do sofrimento, quanto se gastou com esse homem. E o Dr. Coral me iludia, embromava, prolongava e não me dizia quanto tinham gasto com o Wilmar, meu querido amigo, há 12 anos. Hoje está restabelecido e trabalhando, capengando, é claro, claudicando, mas está trabalhando! E o Dr. Coral, depois de muito relutar, dias e dias, balbuciou: 500 mil dólares. Lembra-te, Coral? Quinhentos mil dólares gastou o Estado, o Município com esse amigo, homem simples, braçal e que, de repente, envolvido num desastre, tripulando o seu carro, foi colhido por um ônibus. Isso me convenceu a arregaçar as mangas e trabalhar pelo Pronto Socorro.

É claro que estou afastado do Pronto Socorro há uns dois anos, mais ou menos, e o Dr. Coral deve reparar nisso, mas é porque não tenho tido tempo. E o Pronto Socorro não precisa tanto de mim. Mas essa ajuda que o Hospital de Pronto Socorro deu ao meu companheiro e amigo, arregimentou-me eternamente ao seu lado, para que fizesse dali em diante tudo que pudesse fazer pelo Pronto Socorro. E tenho feito. E tenho feito!

Nós conseguimos aquela construção monstruosa que está ali - aquele edifício -, no qual o Dr. Coral conseguiu aliviar toda aquela parte administrativa do conjunto principal erguendo nas garagens, lá atrás, um edifício liberando o Hospital Pronto Socorro para a sua verdadeira missão que é salvar vidas, surgiram os blocos cirúrgicos, o pavilhão dos queimados - que ele criou - e de outras enfermarias, que não vou me perder de citar e que, na verdade, aumentou a capacidade de mão-de-obra científica no Pronto Socorro.

Por isso, não podia deixar eu de vir aqui saudar o Hospital Pronto Socorro depois de toda essa jornada de trabalho e de reconhecimento que tenho para com esse grande nosocômio. E disse no outro dia: “Qual é a de vocês aqui?” E vocês estavam aí, lembram-se? Devem ser os mesmos. E perguntei: “Quem não precisou do Pronto Socorro até hoje, para um parente, para um membro da família?” Nenhum de vocês se levantou ou botou o braço para cima, porque não há ninguém neste Município, neste Estado que não tenha batido às portas do Pronto Socorro e não tenha sido atendido. Essa é a dívida que nós temos com V. Sª, Dr. Coral. V. Sª não nos deve nada, está aqui para receber uma homenagem e sair de cabeça erguida, pois o Pronto Socorro sempre esteve presente em qualquer necessidade, em qualquer anseio da sociedade gaúcha. Dou-lhe os parabéns, V. Sª dirige uma organização, uma entidade - sei lá como vou chamar o Pronto Socorro, não interessa -, com grande capacidade e com imenso amor, e nós temos de lhe agradecer. É uma homenagem de agradecimento, nada mais do que isso. Agradecemos a sua presença ao nosso lado. Muito obrigado por ter vindo.

Falei em nome dos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch e João Carlos Nedel.

 

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Pedro Américo Leal.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quem, Sr. Presidente, meus colegas Vereadores, não tem ...

 

(Tumulto nas galerias.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, eu não tenho condições de falar dessa forma. Vou pedir que V. Exª suspenda meu tempo. E vou pedir atenção, quem quer articular...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Isaac Ainhorn, o senhor tem o seu tempo garantido.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa dedica hoje o período de Comunicações para homenagear os 60 anos do Hospital Pronto Socorro. Nós sabemos que esta instituição, criada nos idos da década de 40, representa, inegavelmente, um patrimônio desta Cidade. Quem não tem histórias e histórias com essa instituição?

Quero dizer a V. Sª que, quando um pai bate num filho, depois ele se arrepende, até porque a palmatória, Srª Presidente, hoje, do ponto de vista pedagógico, está completamente abolida. A surra, o “laço” não são mais métodos de boa pedagogia educacional. Eu me sinto muito a vontade nesta questão do Pronto Socorro, até porque tenho também as minhas histórias com essa instituição desde a época em que os seus pacientes eram cuidados além do corpo médico, pelas tradicionais Irmãs, as tradicionais shwestern de uma organização, de uma instituição católica. E elas tratavam todas as pessoas com muito desvelo, com muito carinho, sendo enfermeiras, a exemplo do então hospital alemão, hoje Hospital Moinhos de Vento, em que as Irmãs, também, fazem a retaguarda do carinho, da atenção com os pacientes daquela instituição. Por essa razão, Srª Presidente, recordo-me de que fui atendido naquela instituição hospitalar pelo seu corpo médico e seus enfermeiros, quando eu tinha quatro anos de idade, em 1951. Já naquela época, apenas com 10, 11 anos de existência, já era uma estrutura de alta respeitabilidade em termos de atendimento dos primeiros socorros. Era aquela instituição que nós vemos ali no Bairro Bom Fim. Não é por acaso que é a melhor instituição hospitalar do Estado, que se coloca ao lado das melhores do nosso País, com projeção internacional, onde o seu corpo médico e de auxiliares têm presença e notoriedade internacional, muitos deles.

Por isso honra-me muito, Srª Presidente, prestar esta homenagem por ocasião dos 60 anos do HPS. Melhor se tivéssemos mais HPSs, mas nada, curiosamente, substitui o HPS, que é ímpar, é singular na forma de atendimento. Outros poderão surgir e surgiram descentralizando o atendimento dos primeiros socorros, mas nada se compara ao Hospital de Pronto Socorro, que é referência nacional e internacional.

Srª Presidente, ao lado disso, eu me recordo da luta que tivemos no final da década de 80 para colocarmos, naquela Instituição, algo que já existia em vários hospitais de primeiros socorros e não existia no Pronto Socorro: o tomógrafo. Felizmente, hoje, o tomógrafo de última geração - se não de última, Sr. Diretor do HPS, próximo à última geração - está lá prestando, ao lado do seu corpo técnico de neurocirurgiões, de traumatologistas, de cardiologistas, um extraordinário e inestimável serviço de salvamento de vidas. Isso se deve a toda a estrutura - seus médicos, seus enfermeiros, seus auxiliares, corpo diretivo, estrutura global -, que transcende qualquer conotação partidária. O Pronto Socorro é uma instituição suprapartidária, ele se constitui em um patrimônio da nossa Cidade, e cada um dos senhores, na rotatividade e alternância do processo democrático, cumpre, com zelo e com muita responsabilidade, os trabalhos à frente da Direção daquela instituição hospitalar.

Portanto, Srª Secretária Municipal da Saúde, Sr. Diretor do Hospital de Pronto Socorro, médicos, enfermeiros, nós queremos, de viva voz, desejar, por ocasião do 60º aniversário do HPS, sobretudo vida longa a essa instituição hospitalar. Parabéns, Hospital de Pronto Socorro! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Sr. Roberto Pellegrini Coral está com a palavra.

 

O SR. ROBERTO PELLEGRINI CORAL: Exma Srª Presidente da Câmara Municipal, Verª Margarete Moraes. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Hospital de Pronto Socorro tem um vínculo de afetividade com a Cidade de Porto Alegre. A relação entre o cidadão de Porto Alegre e o Pronto Socorro é um vínculo muito grande; todas as pessoas da Cidade gostam do Pronto Socorro.

Por que isso? Seguidamente a gente se pergunta o porquê dessa relação tão afetiva da população de Porto Alegre com esse hospital. Certamente esse vínculo vem de algumas coisas básicas. A primeira delas é a sua universalidade: todas as pessoas são atendidas no Pronto Socorro; outra, a gratuidade: todas são atendidas, e gratuitamente; a terceira: são atendidas igualmente; a quarta: todas são atendidas com a melhor excelência profissional. Isso se deve, logicamente, ao esforço de seus funcionários, à capacidade de seus funcionários, que eu tenho o orgulho de estar aqui representando, pois sou funcionário do Hospital de Pronto Socorro, sou cirurgião do Hospital de Pronto Socorro. E essa capacidade, esse trabalho dos funcionários certamente levam a esses quatro itens que eu citei: a universalidade, a gratuidade, a igualdade, a excelência profissional como os valores que nos norteiam lá dentro do hospital.

Além disso, há o quanto a Prefeitura Municipal de Porto Alegre investe dentro desse local. Não é pouco, não! O que se gasta no Hospital de Pronto Socorro é aproximadamente 60 milhões de reais/ano; são quase seis milhões de reais/mês, disso, 85% são da Administração Direta da Prefeitura Municipal; 15% vêm do Sistema Único de Saúde pelo que o hospital fatura. Ora, então o cidadão paga os seus impostos e recebe como retorno esse serviço, e isso é que eu acho importante, pois com isso o próprio cidadão, que está pagando, está recebendo esse atendimento.

Hoje, nós administramos o Pronto Socorro não só com a sua Direção, com os seus responsáveis técnicos, com as suas coordenadoras de enfermagem, com os seus gerentes administrativos, eu quero colocar para vocês que hoje nós temos um Conselho Gestor dentro do Hospital de Pronto Socorro. A comunidade está dentro do Hospital de Pronto Socorro, por meio de um Conselho Gestor feito pelo Conselho Municipal de Saúde; 50% são do Conselho Municipal de Saúde, 25% são dos próprios funcionários e 25% são da Administração. Está ali dentro do próprio hospital. Além disso, nós tivemos a oportunidade, este ano, no ano dos 60 anos, de criarmos a Fundação Pró-HPS. O que é a Fundação Pró-HPS? São pessoas da comunidade interessadas, pessoas que se doam ao Hospital de Pronto Socorro a fim de buscar e captar recursos. Por intermédio desses recursos captados por elas, será possível fazer novos investimentos dentro do hospital, e, com esses novos investimentos, o que ocorrerá? Após a conclusão do bloco anexo que nós tivemos, vamos melhorar a área do nosso prédio antigo, a expansão do Pronto Socorro, que, segundo o Dr. Dib, o Hospital de Pronto Socorro pode ter até oito andares, com relação às fundações, conforme estudo que V. Exª fez.

Eu agradeço à Direção, aos funcionários do Hospital, à população de Porto Alegre, à Câmara de Vereadores e, em especial, ao Dr. Dib, que foi quem proporcionou esta homenagem para nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a presença do Coronel Tarso Marcadella; da Sandra Fagundes, nossa querida Secretária; do Dr. Roberto Coral, Diretor do HPS. Cumprimento o Ver. João Antonio Dib pela lembrança.

Encerramos o período de Comunicações com relação à homenagem ao HPS.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h01min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 15h02min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão conosco nas galerias, hoje pela manhã, nós tivemos um acontecimento extremamente importante para a Cidade de Porto Alegre, que foi a abertura e o lançamento oficial da campanha dos Conselhos Tutelares aqui na nossa Cidade. Um processo iniciado há mais de dez anos na Cidade, por conta de uma Lei Federal criada há 14 anos, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Nós, como Câmara Municipal, que temos a representação junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, junto à própria Comissão Eleitoral que está trabalhando esse tema na Cidade, também tivemos essa participação e, para além disso, tivemos uma ampla discussão nesta Casa; a Câmara Municipal é responsável por isso. E com esse debate aqui, nós, por este ser um ano eleitoral, fizemos a reformulação da Lei, antecipando essa eleição para o dia 30 de maio. Quero chamar a atenção das senhoras e dos senhores pela importância deste órgão novo na Cidade, novo no País, que traz no seu bojo a construção, a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, da infância na Cidade de Porto Alegre.

O art. 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente traz muito claro quais são as atribuições dos Conselhos Tutelares nesta Cidade. Nós temos oito Conselhos Tutelares atuando em oito regiões da Cidade, abrangem duas regiões cada Conselho Tutelar, atendem, em média, uma população muito grande. O exemplo que eu trago é da Microrregião 2, só na sua área de abrangência, aquele Conselho atende a mais de 70 vilas populares; é um atendimento de extrema necessidade, onde os conselheiros tutelares apontam, principalmente, nos seus relatórios, questões importantes para o Executivo na área da política social e na área da política da infância no Município de Porto Alegre. Esses Conselhos Tutelares, criados a partir dessa nova ótica, dessa nova legislação do Estatuto da Criança e do Adolescente, vêm complementando nessa legislação uma responsabilidade que não é só do Estado, mas da sociedade em geral e, também, vêm complementando uma série de outros Conselhos que foram criados como conselhos de participação. Verdadeiramente, o Conselho Municipal dos Direitos, o Fórum de Entidades criados a partir dessa Lei, vêm trazer para a Cidade de Porto Alegre uma nova lógica, um novo olhar sobre a infância e, principalmente, na defesa dos direitos da criança e do adolescente. Porto Alegre, por ser a primeira Capital a implantar esses Conselhos Tutelares, vai na vanguarda dessa questão, uma vez que não teme sequer a questão da discussão e da prevenção, principalmente, na área de defesa dos direitos.

Nós sabemos que as desigualdades sociais que assolam o nosso País são muito grandes e atingem, com uma maior intensidade, as crianças e os adolescentes da nossa Cidade. No seu art. 4º, o Estatuto da Criança e do Adolescente é muito claro, ele diz que é responsabilidade de todos nós - Poder Público Municipal, Estadual, Federal, sociedade em geral - assegurar, com absoluta prioridade, o atendimento às crianças e aos adolescentes na nossa Cidade, no nosso País. Somente uma sociedade que é ciente das suas responsabilidades, no conjunto das suas ações, poderá superar essas dificuldades, garantindo para as nossas crianças, não um futuro, mas um presente mais digno para nossa infância.

Portanto, eu quero, aqui, clamar todos vocês da responsabilidade que temos a respeito da eleição dos Conselhos Tutelares, porque lá não é um lugar de cabide de emprego; lá é um lugar de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Até porque, todos nós sabemos que ser um conselheiro tutelar está ao alcance de muitos, mas ser um bom conselheiro tutelar é tarefa para poucos na Cidade de Porto Alegre. Portanto, participar desse processo é uma obrigação de todos nós, cidadãos desta Cidade, porque quem definirá com certeza a qualidade dos nossos Conselhos Tutelares somos todos nós, a sociedade em geral. Muito obrigada.

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, hoje nós fomos surpreendidos com um noticiário que nos deu conta de uma tragédia ocorrida na Zona Leste da nossa Cidade, quando toda uma família, ou praticamente boa parte dela, foi retirada de dentro da sua casa, levada para um determinado local e lá chacinada - três homens e duas mulheres. A seqüência do noticiário nos dava conta de que aquele ato havia ocorrido por causa de envolvimento com o tráfico de drogas. E eu me lembrava do seguinte: há bem pouco nós tivemos um problema lá no Rio de Janeiro envolvendo a Rocinha que foi noticiário em todas as televisões do mundo, e, naquela guerra da Rocinha, morreram dez pessoas, no estágio mais grave da guerra. E aqui numa guerra do tráfico, num só ato, nós tivemos a morte de cinco pessoas de uma mesma família. E aí alguém podia dizer: “Mas isso é um problema ligado à Segurança Pública”. Isso não está ligado à Segurança Pública, porque, afinal de contas, eu acredito que, em qualquer local do mundo, um ato como esse dificilmente poderia realmente ter a antevisão da Segurança Pública.

Mas, certamente, é um ato vinculado ao crescimento do tráfico também, aqui, na nossa região. Os traficantes, há muito tempo, estão se fortalecendo nesta região, e não é à toa que isso acontece. Acredito que muito se deve às políticas empregadas pelo Partido que está à frente deste Município há 16 anos. Porque, afinal de contas, quando se faz uma análise de por que o tráfico cresce, vamos notar que muito disso está ligado exatamente à falta de empregos, muito disso está ligado à falta de atendimento no setor da Saúde. Vi, há pouco, o Pronto Socorro ser homenageado, e merece todas as homenagens do mundo, mas sabemos muito bem que essa área da Saúde merece, ainda, uma política diferenciada em nosso Município.

Há bem pouco tempo, vimos que, numa das ações do Partido dos Trabalhadores, uma das maiores empresas do mundo, a Ford, foi mandada embora para a Bahia. E tenho notícias recentes de que lá, na Bahia, a Ford, agora, está à frente de todos os maiores projetos no campo da Assistência Social. E, lá na Bahia, ela é uma das grandes responsáveis pelo crescimento do número de vagas de emprego, e isso é exatamente o que está faltando para todos nós. Está faltando emprego para a nossa sociedade, para a nossa população, para as pessoas mais carentes.

Nas vilas populares, e freqüento com muita assiduidade a Vila Maria da Conceição, até pela proximidade - moro muito próximo -, a Vila Santa Clara, nós assistimos, com freqüência, ao fato de os jovens serem arregimentados para o tráfico, exatamente porque não existe emprego para ser oferecido a esses jovens.

Essa política do PT, que há muito tempo anda massacrando a nossa sociedade e anda infelicitando, principalmente, a nossa juventude, tem de chegar ao final. Está na hora de a nossa sociedade olhar para tudo isso com um olhar macro e ver que, realmente, temos um responsável por todas essas infelicidades e, até mesmo, quem sabe, por esse massacre que nós tivemos registrado hoje na nossa imprensa, noticiado no dia de hoje, também vinculado ao tráfico de drogas. Temos de dar um basta em tudo isso! Temos de parar com o PT à frente da Prefeitura Municipal, infelicitando... (Palmas.)

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: ... infelicitando o conjunto de nossa sociedade. E, ao mesmo tempo, eu acredito que é mais do que hora de nós termos, também, na nossa Administração, no conjunto de nossa Administração, funcionários absolutamente conscientes dos seus deveres, das suas responsabilidades e também daquilo que nós temos de fazer, não em prol do grupo de funcionários, mas em prol do conjunto da sociedade, porque, afinal de contas, essa é nossa responsabilidade. Muito obrigado. (Palmas.)                          

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, cidadãos e cidadãs que nos acompanham hoje aqui no plenário desta Câmara Municipal, o Ver. Luiz Braz trouxe para a tribuna um tema que marca hoje os noticiários e as páginas dos nossos jornais, que é o problema da segurança. Hoje vimos, estarrecidos, uma verdadeira chacina cometida, mais uma vez, provavelmente pelo crime organizado, pelo tráfico de drogas na nossa Cidade. Eu penso que nós temos de ter clareza, quando falamos em segurança, de quais são as soluções que nós, como comunidade e como instituições públicas, temos condições de construir no sentido de, de fato, podermos pensar numa sociedade segura, numa sociedade que afirme os seus direitos, numa sociedade que busque, a partir de relações solidárias, relações comunitárias, construir uma outra idéia de segurança.

Nós temos clareza de que o problema do tráfico de drogas - e esse é um tema que tem sido debatido internacionalmente - é hoje em dia um grande negócio. E combater o tráfico organizado é, de fato, uma atribuição e uma responsabilidade das Polícias. Então, nós temos de nos perguntar o que as nossas Polícias estão fazendo, qual o grau de qualificação de nossas Polícias, quais são as prioridades na área da Segurança Pública, de que forma a Segurança Pública está enfrentando o problema do crescimento da criminalidade, e como as ações da Segurança Pública se relacionam com as nossas comunidades que sofrem o problema da violência, que sofrem o problema da criminalidade, que, muitas vezes, subordina comunidades inteiras aos interesses e negócios do tráfico organizado. Nós temos de pensar que esse é um tema que, diferente de outras épocas do País, a comunidade têm o direito de discutir.

Foi com base nessa preocupação que o Governo Municipal da 4ª Administração Popular criou a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana e passou a desenvolver, com as nossas comunidades, um projeto inicial de como as comunidades poderiam estar se relacionando e trabalhando no sentido da prevenção, relacionando-se com as políticas de Segurança Pública. Vejo cidadãos de nossa Cidade aqui neste plenário que têm sido parceiros nessas ações e que, evidentemente, estão interessados em que o Município possa estar fazendo investimentos também nessa área, trabalhando o tema da prevenção.

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Temos de ter clareza de que é um direito da comunidade organizada participar dos processos de discussão da Segurança Pública, pois essa é uma política como a Educação, como a Saúde, como a Assistência Social. A Segurança Pública é uma política que tem de ser discutida pelos cidadãos de nossa Cidade, que, ao longo da história, têm sofrido as políticas de segurança, mas que não têm sido chamados a pensar a política da segurança. Com base nisso, nós criamos em nossa Cidade mais um espaço de participação popular. Eu acho, senhores, que a Segurança Pública é um tema de interesse de todos, não só daquelas comunidades em situação de vulnerabilidade social, mas também daqueles cidadãos e cidadãs da nossa Cidade que têm estabilidade no emprego, daqueles cidadãos e cidadãs de nossa Cidade que têm melhores condições de vida e que poderiam estar construindo outras formas de segurança que não a segurança comunitária.

Então, nós temos tido na Cidade de Porto Alegre, do ano passado para cá, uma novidade nessa área, uma novidade importante. No que consiste essa novidade? Consiste na criação de fóruns regionais de Segurança Urbana com a comunidade, juntamente com as forças policiais, com os órgãos que têm a ver com as políticas da infância, e hoje nós tivemos o lançamento da campanha do Conselho Tutelar em Porto Alegre. O Conselho Tutelar tem assento nos fóruns de Segurança Urbana, porque nós sabemos da importante política que nós temos relacionada à infância na Cidade. Porto Alegre foi o primeiro Município a implantar o sistema de Conselho Tutelar, e nós somos o Município que, sistematicamente, temos tido um reconhecimento nacional pelas nossas políticas da infância. Hoje, no lançamento do Conselho Tutelar de Porto Alegre, o Presidente do Tribunal Eleitoral dizia que Porto Alegre se distingue nesse processo. Aqueles cidadãos preocupados com a infância, aqueles cidadãos preocupados com as crianças, aqueles cidadãos que têm consciência, que têm desejo de mudanças efetivas nessa área e que entendem que muitas vezes as nossas crianças são violadas nos seus direitos pelo próprio crime organizado, esses cidadãos todos têm, sim, de estar voltados para a eleição do Conselho Tutelar e têm de estar voltados para esse trabalho que recentemente o Município de Porto Alegre realiza na área da Segurança Urbana.

Com a sua tolerância, Vereador, para finalizar o meu pensamento, o que nós fazemos no Governo é uma estratégia de estarmos somando a ação comunitária das nossas comunidades, dos dirigentes, do Orçamento Participativo, com a ação da Polícia, com a ação dos órgãos como o Conselho Tutelar, com a ação daqueles cidadãos da nossa comunidade, cidadãos de boa vontade no sentido de estarmos construindo políticas de segurança para a comunidade, políticas de segurança para o povo de Porto Alegre. Com certeza, a população desta Cidade tem dado passos importantes no sentido de criar espaços democráticos de participação, de discutir os investimentos públicos e de discutir o financiamento das políticas sociais na nossa Cidade. Nós queremos os nossos recursos bem investidos em prol da segurança, em prol da infância, em prol da democracia em Porto Alegre.

 (Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Senhoras e senhores, peço a gentileza de manterem silêncio em respeito ao orador na tribuna. Por gentileza, nós queremos avançar no sentido de colocar, hoje, em votação, mas, se houver tumulto, nós vamos ter dificuldades. Peço, então, compreensão.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, em nome do PDT e do PPS, eu entendo que V. Exª reclame no momento em que as Lideranças estão falando, está coberto de razão, mas peço, também, em nome dessa mesma democracia defendida, que abram as portas e deixem as pessoas que estão lá...

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. DR. GOULART: Por favor! Por favor!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Atenção, silêncio, por favor! Silêncio, por favor! Há uma determinação do Setor de Segurança a esse respeito, em defesa dos senhores e das senhoras. Eu vou reunir a Mesa Diretora, daqui a pouco, para ver se é possível atender o pedido do Ver. Dr. Goulart. Mantenham a calma, por gentileza!

 

O SR. BETO MOESCH: Nós faríamos um adendo, também, Ver. João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos: ao mesmo tempo em que nós fazemos um empenho para que se faça o maior silêncio possível, para que nós possamos votar ainda hoje esse Projeto, peço que não se faça a divisão de favoráveis e contrários ao Projeto.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 1462/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 060/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Praça João Amazonas um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Glória.

 

PROC. N.º 1901/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 062/04, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Orquestra de Flautas.

 

PROC. N.º 1980/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 063/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Luis Fernando Veríssimo.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 6751/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 476/03, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscollo, que dispõe sobre a instalação de equipamento bloqueador de ar nas tubulações do sistema de abastecimento de água e dá outras providências. (desarquivado pelo Ver. Sebastião Melo)

 

PROC. N.º 1889/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 061/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo Pagode do Dorinho.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0056/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 001/00, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que denomina Rua Botânica um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. N.º 0076/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 006/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui o Salão de Desenho Infantil no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 0077/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 007/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui a Feira de Troca de Livros e dá outras providências. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 0078/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 008/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui a Semana Municipal da Leitura e dá outras providências. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 1341/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 064/04, de autoria dos Vereadores Elias Vidal e Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Sérgio Maia.

 

PROC. N.º 1710/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 071/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera dispositivos da Lei n.º 3.187, de 24 de outubro de 1968, e alterações posteriores, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá outras providências.

 

5.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0856/04 - SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que dá nova redação ao “caput” do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 001/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. Com Emenda n.º 01.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu tenho permanentemente dito que a Pauta é um dos momentos mais importantes da nossa Sessão, hoje, no entanto, eu abro uma exceção e faço um apelo aos que me seguem na Pauta no sentido de que façam o mesmo. Há um momento em que um valor mais alto se levanta, vamos votar a Previdência. Saúde e PAZ!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel ): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, funcionários que mais uma vez lotam este plenário, justamente para que possamos dar andamento aos diversos outros Projetos de Lei que tramitam nesta Casa e que devem ser discutidos, nós abrimos mão da discussão para votar o Previmpa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na mesma linha das outras manifestações. Eu teria vários assuntos para debater em Pauta hoje, mas abdico em favor da possibilidade de se votar, hoje, o assunto da Previdência dos Municipários.

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, colegas Vereadores e Vereadoras, este é o acerto assumido na quinta-feira, nós também estamos mantendo essa mesma posição, para apressar a Sessão estamos fazendo esta rápida manifestação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, na quinta-feira, fez acordo com as demais Bancadas de que, hoje, nós estaríamos votando o Projeto da Previdência.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Helena Bonumá.

 O Sr. 1º Secretário, Ver. João Carlos Nedel, fará a leitura de uma nova proposição à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): Apregôo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 10 ao PLCE nº 010/03 que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do regime próprio da Previdência Social dos servidores públicos do Município de Porto Alegre (Lê.): “Acrescentar após Congresso Nacional, o que segue: ..., bem como qualquer decisão judicial que venha isentar, alterar ou modificar a participação dos inativos no custeio do regime previdenciário a que estiverem vinculados. Justificativa. Da Tribuna”. Assinatura do Ver. Reginaldo Pujol, Líder do PFL.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrada a Pauta.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Estão suspensos os trabalhos para que haja acordo sobre a votação.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h32min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 15h54min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Srª Presidente, eu requeiro, tendo em vista contato com o conjunto das Lideranças desta Casa, a seguinte ordem de votação: inicialmente, pelo caráter de urgência que tem a matéria, o Requerimento nº 074/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, e, logo após, imediatamente, ad continuum, o início do processo de discussão e votação do Projeto de Lei que regulamenta a Previdência dos municipários. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento apresentado pelo Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com os votos contrários do Ver. Cassiá Carpes e do Ver. João Antonio Dib.

Em votação o Requerimento nº 074/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que requer autorização para representar a Casa no Encontro Nacional de Agentes Públicos Municipais, nos dias 28, 29 e 30 de abril, na Cidade de Foz do Iguaçu. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com duas abstenções: do Ver. João Antonio Dib e do Ver. Cassiá Carpes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5347/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 010/03, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 05, 08, 10 e 11. Com Subemendas n.o 01 às Emendas n.os 02 e 05. Com Mensagem Retificativa n.º 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,  § 1.º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 08-03-04;

- retiradas as Emendas n.os 06, 07 e 09.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCE nº 010/03. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Ver. Elói, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu vou dizer, inicialmente, a forma como eu escolhi para votar este Projeto e vou explicar para o senhores e para as senhoras por que vou votar desta maneira.

Para aprovar este Projeto, que é um Projeto de Lei Complementar, são necessários 17 votos. É necessário que 17 Vereadores votem favoravelmente para que a matéria seja aprovada. Eu posso assegurar para os senhores - como estou fazendo desde o início, em contato com todas as lideranças dos funcionários - que não estou incluído entre os 17 votos que, porventura, forem dados para aprovar o Projeto. (Palmas.)

Mas eu quero afirmar a V. Sas que eu não posso recriminar nenhum dos Vereadores que, porventura, agir de maneira diferente. Vou explicar o porquê. Quando eu vi aquelas fotografias de Vereadores que votariam a favor do Projeto exibidas legitimamente pelos senhores funcionários, defendendo os seus direitos, como uma forma de protesto a esses Vereadores, eu queria dizer - e já queria dizer há mais tempo para os senhores e para as senhoras - a seguinte verdade: a única fotografia que mereceria estar estampada naquele instante entre as pessoas que os senhores e as senhoras execram, os senhores e as senhoras repugnam, é exatamente a figura do Presidente da República. (Palmas.) Só essa, porque os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras que votarem favoravelmente ao Projeto estarão apenas cumprindo aquilo que está na Constituição ...

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Aguardem!

E foi colocado na Constituição por uma Medida Provisória que tem o número 167. Quem faz medida provisória é o Presidente da República; e aí nos precisamos, realmente, chegar a um entendimento.

Os Vereadores e as Vereadoras - todos nós – estão aqui para votar em defesa da sociedade, para votar aquilo que é melhor para a sociedade, mas todos nós temos de obedecer às regras constitucionais. Não há nenhum Vereador aqui que pode desobedecer às regras constitucionais, independente daquilo que é o legítimo direito de cada um que vem aqui a este plenário, que é de fazer com que os seus direitos sejam respeitados da melhor forma possível.

Este Vereador resolveu o seguinte: como eu não quero votar descumprindo a Constituição, eu não voto; não haverá o meu voto entre os 17 Vereadores que, porventura, votariam para aprovar este Projeto. Eu estou votando exatamente com convicção. Se eu votasse pela Constituição, eu seria obrigado a votar “sim”. E eu só não estou votando entre os 17 para não votar com a Constituição e não votar “sim”. Porque eu, votando com a Constituição - e aí não me peçam para votar com essa convicção, porque se eu votar com convicção, eu tenho de votar com a Constituição -, a Constituição me manda votar “sim”, mas eu não quero votar contra os funcionários.

Por isso eu não estarei entre os 17 votos que, se porventura forem dados para aprovar o Projeto, estarão contrariando a vontade dos senhores funcionários públicos do nosso Município.

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores funcionários, venho a esta tribuna iniciando este debate com a intenção, mais do nunca - porque parte de alguém que inclusive colocou a sua vida em risco para constituir o sistema próprio de Previdência; alguém que, na Reforma da Previdência, em nível nacional, escreveu relativamente à questão da paridade, à questão da integralidade; alguém que trouxe aqui o Relator da Previdência, o Deputado Pimentel, e que na reunião, na qual muitos estavam, na Assembléia Legislativa, fez a crítica no que tange à questão da paridade, da integralidade e de que, no caso dos capitalizados, o Fundo fosse privado -, de que este debate possa fluir de forma adequada, fazendo uma discussão um pouco didática, para que possamos, por mais emocional que seja o tema, pelos interesses que ele envolve, fazer com que ele se desenvolva de uma forma adequada.

Nós temos dois regimes de acordo com a Lei aprovada, a Lei 478, e os senhores servidores sabem disto: é regime de repartição simples e regime de capitalização. Os cálculos que foram feitos, tanto pela empresa contratada pelos senhores servidores, quanto por aquela que foi contratada pela Administração Municipal, levaram em conta apenas a questão do regime de capitalização, e, por enquanto, com relação a isso, acho que não temos nenhuma dúvida.

Chama-me a atenção que, no regime de repartição simples... Adalberto, que é Diretor do Previmpa, senhores servidores e senhoras servidoras, o que se quer aqui, na verdade, é robustecer, é ter a tranqüilidade de um regime próprio de Previdência que dê segurança a todos os trabalhadores municipários, e gostaria que os senhores escutassem esses dados. Corrija-me, Adalberto, se não for verdade. Em fevereiro, aos aposentados, foi paga uma folha de R$ 16.242.004,21; aos pensionistas foram pagos R$ 6.814.580,93. Portanto, um valor, senhores servidores, de 23 a 24 milhões de reais. Sabe quanto foi arrecadado com o desconto de 6,75%, Ver. Braz, dos servidores? Não mais do que três milhões de reais. Veja bem, Ver. Luiz Braz: as Emendas Constitucionais dizem que o limite é dois por um; e a proporção aqui é maior do que seis por um, no regime de repartição simples. Ou seja, Adalberto, corrija-me se não for verdade, senhores servidores, são pagos 23 milhões de reais e são arrecadados apenas três milhões de reais.

No que tange ao regime de capitalização, se alguém tiver dados que corrijam isso, terão oportunidade de oferecer aos Vereadores e eles me contestarão... Portanto, chamo a atenção de que isso não fortalece o regime próprio de Previdência dos servidores. No que tange à capitalização...

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Juarez Pinheiro, o tempo de V. Exª está garantido.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Chamamos a atenção de que este Projeto, para fortalecer o sistema, coloca duas questões...

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Juarez, o seu tempo está garantido, aguarde. V. Exª continuará quando houver condições. Durante a intervenção deve haver silêncio. Depois, podem-se manifestar. Vamos aguardar, Vereador. (Pausa.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, retomo, então, a minha intervenção. Este Vereador não está mentindo, este Vereador está aqui com os dados, corrijam-me se isso não for verdade. Mas vamos dialogar, assim como sempre fizemos.

Na questão da capitalização, vejam bem, senhores servidores, se colocarmos alíquotas que não garantam àqueles servidores que ingressaram depois da Lei nº 478, constituída também pelo mérito e trabalho dos senhores, nós estaremos constituindo um sistema sólido? Pergunto: estaremos constituindo? Estaremos garantindo a aposentadoria dos senhores? Não estaremos garantindo!

Chamo a atenção, também, de que há um outro dado, Ver. João Dib, que é intransponível. É o dado de que a Emenda Constitucional não é um dispositivo, Ver. Luiz Braz, disponível. E ela diz que a alíquota não poderá ser inferior a dos servidores de cargos efetivos da União, ou seja, os 11%. Não seria responsabilidade desta Câmara de Vereadores constituir aqui um regime de Previdência que, de um lado, não daria segurança aos trabalhadores e, de outro lado, retiraria o CRP - o Certificado de Regularidade Previdenciária que todo Município deve possuir -, sob pena de não serem repassados recursos necessários à população.

Portanto, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto de Lei na verdade robustece os trabalhadores, a partir do momento em que garante aposentadorias e pensões devidamente conquistadas pelos trabalhadores municipais.

Iniciamos assim o debate, e gostaria que, se os dados que eu aqui li não forem verdadeiros, alguém me contestasse. Muito obrigado.

 

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nós vamos aguardar silêncio para chamar o próximo Vereador. (Pausa.)

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, pessoas que enriquecem a nossa tarde com sua presença aqui nas arquibancadas e galerias, fazendo um exercício de futurologia: o meu Partido tem uma candidata à Prefeitura Municipal chamada Yeda Crusius; e a Yeda Crusius tem a grande chance, pela forma como estão colocadas as pesquisas hoje, de ser a próxima Prefeita de Porto Alegre. Essa idéia faria com que as pessoas do meu Partido, já que nós seremos os próximos ocupantes da Prefeitura, votassem a favor dos 11%. Mas existem algumas razões, entre elas a Constituição, exatamente por esta Constituição dizer que é 11%, para votarmos contra os 11%, por um motivo: porque é uma profunda injustiça. Se essa injustiça, esteja ou não na Constituição, se perpetrar contra a vítima mensal - a cada mês - dos 11%, esse índice agressivo e principalmente usurpador, certamente nós estaremos estendendo, continuando e perpetrando uma das maiores injustiças que se viu na Previdência deste...

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: E injustiça é injustiça, ela dói. E, por ser injustiça, ela não deve estar presente em qualquer tipo de relação humana, em qualquer tipo de relação entre o Estado e a sua sociedade. As leis foram feitas para banir as injustiças e não para sublinhar, coonestar e consagrar essa injustiça. E isso nós não podemos aceitar, como Plenário! (Palmas.) Por isso, por mais que eu respeite a palavra das pessoas desta Câmara - pois têm o direito, inclusive, de divergirem de mim -, eu não aceito, mesmo dos que divergem da minha opinião, que a Casa, em si, perpetre esse tipo de injustiça. Seria um pacto com a morte, com a destruição, seria um pacto com o Thánatos, seria um pacto com o desgosto, porque não há desgosto social maior do que uma injustiça, seja ela o desemprego, seja ela a fome, seja ela uma taxação injusta e opressora. Isso nós, Câmara de Vereadores, vamos rechaçar, porque nós vamos ter, se Deus quiser, os 17 votos que vão consagrar a rejeição desses 11% por um único, grande, maiúsculo e gigantesco motivo que pesa sobre todas as nossas consciências: esta é a proposta mais injusta que existe, e por isso vamos votar contra os 11%. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras funcionários públicos, não sei se todos acompanharam o noticiário do último fim de semana. O Procurador-Geral da República, numa Ação de aposentados no Ministério Público Federal, perante o Supremo Tribunal Federal, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade - vejam, o Procurador-Geral da República -, já deu Parecer contrário aos 11%. O Supremo Tribunal Federal, por intermédio de alguns dos seus integrantes, há meses, já se manifestou sobre essa questão, entendendo que os 11% sobre os aposentados é rotundamente inconstitucional. Por outro lado, tem-se notícia de Pareceres de grandes juristas brasileiros, dentre esses o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal que também ofertou um Parecer contrário aos 11% no que diz respeito aos aposentados.

Então, a melhor solução é derrotarmos a matéria, os 11%, e aí teremos tempo, mais a frente, para reelaborar uma nova discussão no sentido de ajustarmos toda essa questão previdenciária nos cânones da legalidade, nos cânones da Constituição, porque nós, aqui da Câmara, não podemos convalescer determinados atos que representaram a quebra do direito adquirido que está relacionado com a liberdade e com a democracia. País que não observa o direito adquirido quebra a liberdade e a democracia, e nós aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre não vamos permitir que isso aconteça. Ademais, já discutida a saciedade, não se faz necessário, segundo estudos existentes, se ter os 32% para fazer a Previdência do funcionalismo, até porque está dito e redito: se embutir um elemento estranho no cálculo atuarial, que são os 40 milhões - esses são estranhos ao cálculo atuarial! -, uma vez resgatado, uma vez pago esse valor, desaparece os 6%. Se no ano que vem, no ano seguinte tivermos de reexaminar a matéria, vamos reexaminá-la. O que nós não podemos, Srª Presidente, Srs. Vereadores, é meter boca abaixo do funcionalismo municipal esses 11%! (Palmas.)

Até porque poderíamos aqui, já dissemos, fazer a compensação. O funcionalismo tem um crédito com a bimestralidade perante a Prefeitura, e vamos negociar esses 40 milhões com a bimestralidade e ponto. Vamos estabelecer o percentual total, de ambas as partes, em 23% - é isso que estabelece, hoje, de forma técnica, os cálculos verdadeiros, os cálculos atuariais.

Portanto, fica a nossa manifestação para dizer que nós não temos saída, nós temos de derrotar o Projeto do Chefe do Executivo. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu solicito silêncio para que a Verª Sofia Cavedon possa iniciar a sua manifestação.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidente dos trabalhos, Verª Margarete Moraes; prezados colegas Vereadores e Vereadoras, prezados colegas funcionários e funcionárias da Prefeitura...

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Acredito que palavras ofensivas como “pelega” não são palavras para este Plenário. Nós vamos evacuar a Sessão se continuarem assim. Não vou aceitar esse tipo de expressão neste momento. Eu vou suspender até que se acalmem as manifestações das galerias e até que a Vereadora, com todo respeito, tenha o direito à palavra.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h25min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 16h26min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03. Como o seu raciocínio foi truncado, nós vamos retornar ao tempo inicial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Queria começar registrando que este é um momento bastante difícil para os funcionários municipais, para a Administração Popular também e para cada um dos Vereadores. E este registro é sincero. Nós não trabalhamos aqui com caracterizações ou inverdades. Vou tentar mostrar as razões de quem vem da luta dos municipários, de um voto, de uma posição e de um Projeto que, aparentemente, é contrário aos funcionários, mas que, na nossa avaliação, vem completar um processo de luta dos funcionários por um sistema transparente de Previdência.

Não foi à toa, caros funcionários, que muitos de vocês e de nós, aqui, lutamos pela democratização do Montepio. Aquela não foi uma luta simples e nem rápida, foram alguns anos de disputa nas eleições, nas assembléias de representantes do Montepio, nas quais não conseguíamos democracia nem transparência para participar. E, naquelas eleições, fomos roubados, os municipários que se mobilizaram, que se organizaram. Eu lembro das dez mil pessoas que votaram nas eleições diretas para o Montepio. A nossa luta era para saber para onde estavam indo os recursos, por que se pagava 60% das pensões; nós queríamos discutir o recurso dos funcionários que era reservado para a Previdência. E aquela eleição foi roubada na Justiça, nós elegemos uma Diretoria de forma direta, transparente, numa eleição que provou que os funcionários querem a sua cidadania, a sua palavra respeitada. Depois, esta Câmara assumiu uma CPI; e com a CPI conseguiu-se provar o que era suspeita e inconformidade dos funcionários. Enfrentamos, depois, a Reforma da Previdência, que é fato, nós temos de concordar que não enfrentou os reais problemas da Previdência e que, mais uma vez, responsabilizou o funcionalismo público pela Previdência Pública. No entanto, não podendo lutar contra isso, nós encontramos uma solução aqui em Porto Alegre, uma solução que era da luta dos municipários, que era a constituição do nosso Previmpa.

Neste momento, com toda a dor e com toda a dificuldade que isso significa, momento em que a gente não tem bimestralidade, ter de contribuir mais, neste momento, nós estamos completando esse processo. Porque ninguém lutou tanto por transparência, por garantia da nossa aposentadoria, para depois constituir um Previmpa deficitário. Eu tenho certeza de que os funcionários públicos querem um Previmpa sustentável, sólido, que nos garanta uma aposentadoria, que garanta, na nossa aposentadoria, o salário digno como nós temos até hoje.

Nós podemos ter divergências aqui, mas nem eu e nem a minha Bancada, nem os que votarão pela Previdência se sentem traidores dos municipários, não. E, talvez, e, provavelmente, a história vai comprovar isso. Nós, quando contamos aqui com a presença de lideranças da Cidade - e aí também é uma discussão difícil dos funcionários fazerem -, é porque a Previdência Pública ou a saúde financeira da Prefeitura interessa tanto à Cidade quanto aos funcionários, e este é um momento muito grave da Prefeitura, de todo o Estado público brasileiro. Se os funcionários estaduais, que estão vivendo o drama que estão vivendo, estão tendo de contribuir com 11%, nós não queremos chegar lá. Nós não queremos chegar lá! O IPE, que eu preso muito, que é o meu instituto, que é o que garante saúde para mim e para a minha família, chegou lá por improbidade administrativa, muitas vezes, por incapacidade de diálogo e de construção com os funcionários, por falta de seriedade no financiamento do Estado.

Quando vocês põem essa faixa imensa aí dizendo que houve renúncia fiscal, quero dizer que o Orçamento Participativo, que a população e a Administração Popular estiveram nesta Câmara lutando para aumentar Receita para a Prefeitura. Nós aumentamos Receita. E, se a alíquota não foi a ideal, foi porque a gente não teve apoio dos funcionários aqui para cobrar alíquota do ISSQN, que é cobrado dos outros. Mas nós aumentamos Receita, gente! Esta é a trajetória da Administração Popular. Não abrimos mão de Receita, porque respeitamos o funcionalismo público e porque respeitamos a Cidade. Queria agradecer a atenção e dizer que a gente está junto, pode não parecer, mas a gente está junto. Obrigada.

 

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h31min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 16h32min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, surpreendo-me e espanto-me com esse discurso que acabei de ouvir, da Verª Sofia Cavedon. Eu acho que ela está em outra galáxia! Eu acho que ela está em um outro tempo, porque vir com essa história, com essa ladainha de que passou pelo Orçamento Participativo, aqui não pega, Vereadora! Aqui não pega!

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu não vou lhe dar aparte, porque V. Exª não se dignou a dar aparte, senão teria enorme prazer em lhe dar aparte. Aqui não pega, Vereadora! E, felizmente, a população de Porto Alegre está se dando conta de que o Orçamento Participativo não é participativo! O Orçamento Participativo é orçamento manipulativo, é orçamento homologatório sempre de aumento de tributos na Cidade de Porto Alegre, calcando a população de Porto Alegre! (Palmas.)

Mas, curiosamente, em alguns momentos, fatos estranhos acontecem nesta Cidade. Agora, recentemente, acaba de ser denunciado, e hoje os funcionários públicos municipais pedem, em Porto Alegre, uma verdadeira CPI para examinar, investigar a renúncia fiscal de cem milhões de reais!

Funciona, Srª Presidente, Srs. Vereadores, no velho esquema petista: na última hora, vêm matérias. Ver. Sebastião Melo, V. Exª que tem sido um dos Parlamentares que mais denuncia, aqui, nesta Casa, as maracutaias do PT, tem denunciado o absurdo da proteção das concorrências fotografadas e articuladas, notadamente na limpeza pública, tem denunciado e a Justiça tem lhe dado acolhida, porque duas concorrências do PT foram trancadas pelo Poder Judiciário.

E, agora, esta Casa... É verdade, nós estamos preocupados em fazer isso para que amanhã ou depois o nobre Ver. Juarez Pinheiro não venha a esta tribuna... “Ah, vamos abrir um espaço para ele, ele é bom de bico, bom de debate.” E vão abrir debate um espaço para ele vir aqui debater e sustentar que não houve nada disso, buscando alguns dispositivos regimentais, dos quais ele é preparado para isso, a fim de criar uma situação de perplexidade. Ele conseguiu inviabilizar - e é verdade, crédito a ele como Parlamentar - uma CPI que tinha tudo para prosperar. A preocupação da CPI, a menos de seis meses das eleições municipais, é que vão vir aquelas enxurradas de denúncias dizendo que é uma CPI eleitoreira, que esse é o objetivo. É óbvio que toda a CPI pode ser acusada disso, porque uma CPI aqui neste País derrubou um Presidente da República, o Sr. Fernando Collor de Mello. Derrubou! Agora, vai ter de se fazer uma auditoria nesses 16 anos de Administração petista aqui nesta Cidade. (Palmas.)

É, Vereador, esta é a realidade que nós enfrentamos, e a CPI é um instrumento democrático. É democrático, mas o PT, lá no centro do País, não gosta muito de CPI, não é? O José Dirceu, o Diniz - não é isso, Ver. Dr. Goulart? - e uns outros que tais não gostam de CPI, fizeram tudo, as maiores articulações partidárias com objetivo de inviabilizar CPI. A da Saúde aqui, graças...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Isaac Ainhorn, o seu tempo se esgotou. V. Exª pode concluir.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu encerro, agradeço V. Exª pela tolerância e só digo que, finalmente, no dia de hoje, se não houver nenhum trabalho de bruxaria, acredito que vamos votar o Projeto e vamos rejeitar a pretensão do Governo de aumentar a alíquota da contribuição dos funcionários desta municipalidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, insigne Verª Margarete Moraes; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, especialmente os servidores municipais que nos prestigiam neste debate, vejo que, além de servidores municipais, a nossa população também, que não são servidores, nos honram com as suas presenças. Eu quero dizer, em preliminar, que a nossa Bancada, que é uma Bancada pequena nesta Casa, vem-se reunindo por vários momentos e chegou a uma decisão: nós não fechamos questão sobre esta matéria, portanto a Bancada fica liberada, e eu quero dizer que este Vereador vai votar contra esta matéria. (Palmas.) Agora, o Partido não fechou questão nesta matéria. E eu vou dizer por que vou votar contra, pois não gosto de ficar “em cima do muro”. O meu Partido, não na sua totalidade, equivocadamente, apóia o Governo da República. Eu sou daquela cepa do MDB que acha que o que é bom para o Brasil o Partido sempre tem de apoiar, mas uma coisa é apoiar o que é bom para o Brasil e outra coisa é atrelar-se a um Governo que, na minha avaliação, hoje é muito mais neoliberal do que o que foi o do Fernando Henrique.

Ora, nós tivemos uma posição no Rio Grande do Sul - e eu sou Vice-Presidente Regional do PMDB - contrária a essa posição. Eu lutei contra a Reforma Tributária violentamente, andando por este Estado afora, discutindo esta matéria, acho que a Reforma da Previdência teve o fito de entregar às seguradoras internacionais esse grande filé brasileiro...

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: E colocou o funcionário público como vilão dessa história, achando que o gestor não tem “culpa em cartório. Agora, a questão aqui em Porto Alegre, vamos reconstituí-la. No final do mês de setembro, o Governo mandou para esta Casa, quando a Reforma da Previdência nem sequer tinha sido votada no Congresso Nacional, a proposta dos 11%. Então, em relação aos 11% que embasaram o Projeto, não venha me dizer que é constitucional, porque era de setembro de 2003. Ver. João Dib, no final do ano, a Bancada Governista queria votar os 9%, e acabamos não votando. Quero dizer que vim a esta tribuna por várias vezes, Ver. Carlos Pestana, dizer que sou parceiro e continuo sendo parceiro se V. Exas retirarem este Projeto, e a gente fizer uma grande mesa de negociações, porque acho que o que tem de estar em jogo é o interesse e o bem-estar do funcionalismo. (Palmas.) Portanto, se o Governo apresenta um cálculo que é 11%, e os funcionários dizem que não é 11%; se os funcionários apresentam um cálculo, e o Governo diz que não é 7,67%, é preciso que um terceiro, que seja isento, apresente um cálculo assistido pelos dois lados, mas eu vejo que o Governo não preferiu esse caminho.

 

(Manifestações das galerias.)

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: A Bancada do Governo...

 

(Apartes anti-regimentais.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Guilherme, não fica bem para um Vereador da sua estatura com esse faniquito aí. (Palmas.) Peço a V. Exª que me assegure a palavra, Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Está assegurada a palavra ao Ver. Sebastião Melo, desde que haja condições no plenário.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Guilherme, posso não concordar com absolutamente nada daquilo que o senhor prega, mas vou defender que o senhor continue pregando, porque a democracia que eu ajudei a construir respeita o contraditório. (Palmas.) Correto? Para mim, não há nenhum problema nas manifestações. Só fiz essa referência, porque não está em discussão o Governo do Estado, mas, se quiser discutir, não há problema nenhum; nós estamos discutindo a Previdência do Município. É uma pena que a gente não tenha mais tempo; não quero ir no calor, “surfar” na facilidade; agora, quero encerrar dizendo o seguinte: todo o mundo tem contradição neste Parlamento, ao longo desta caminhada. Eu quero dizer que o PT, nestes últimos tempos, rasgou tudo aquilo que fez, porque os senhores eram contra taxar inativos. Ou não eram contra? E, hoje, são a favor. Os senhores eram contra os banqueiros e, hoje, são a favor dos banqueiros.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador, o seu tempo está esgotado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu vou encerrar, Presidenta. V. Exas continuam discursando para os pequenos, mas estão governando para os grandes. Esta é a grande verdade!

 

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Estão suspensos os trabalhos até que haja condições de continuidade.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h46min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 16h47min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Srª Presidenta, eu gostaria de requerer que o Ver. Sebastião Melo retire as palavras ofensivas a uma liderança comunitária que está na platéia. Eu tenho certeza de que foi uma reação que não é da estirpe do nosso colega. Como a nossa platéia não tem como reagir, não é possível usar a tribuna desta forma e ser agressivo. Pareceu-me bastante agressivo, acho que as pessoas, lá, precisam ser respeitadas, independente da sua posição, Vereador. Eu faço este apelo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, eu acho que não cometi nenhum excesso. Se eu cometi, peço que seja retirado. Não é do meu feitio. Acho que não cometi, mas, se cometi, peço que retirem dos Anais.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a posição de bom-senso e politizada do Ver. Sebastião Melo, o que contribui com o bom andamento dos trabalhos.

O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes, Vereadoras, Vereadores, público que nos acompanha, o contraditório nesta Casa é fantástico! E nós, do PDT, temos a posição partidária de votar contra este Projeto dos 11%. (Palmas.) É uma decisão do Partido. Embora não houvesse decisão fechada da Bancada, nós nos enquadramos na decisão partidária e vamos votar contra o Projeto dos 11%. (Palmas.) Na realidade, só não volta atrás a uma decisão, só não volta atrás a uma idéia, Ver. Isaac, quem não tem idéias para serem discutidas. (Palmas.) Então, não é nenhuma vergonha os Vereadores do PDT, e eu me incluo entre eles - pois queríamos votar a favor -, no momento em que o Partido toma uma decisão, enquadrarem-se na decisão partidária. (Palmas.)

Mas eu gostaria de fazer uma reflexão, que é a mesma reflexão que fiz internamente no Partido. Assim como estamos, agora, votando contra os 11%, não venha no ano que vem quem estiver na Prefeitura - e tomara que seja a Oposição (Palmas.) - dizer: “Ah, nós não aprovamos o Projeto, e agora é preciso readequar e votar uma nova alíquota”. Não contem comigo também! Não contem comigo também! É até provável que o PDT esteja nesta Prefeitura no próximo ano! E mesmo que o PDT entenda que é preciso aumentar a alíquota, não contem com este Vereador! (Palmas.) Porque a reflexão que eu faço e que fiz internamente com os companheiros Nereu, Ervino, Isaac e Dr. Goulart é a seguinte: tudo bem, não pode ser 11%, é muito; agora, não pode ser também 6,45%! É preciso ter um meio-termo, é preciso que se encontre um meio-termo, porque daqui a pouco, lá na frente, as pensionistas vão vir aqui dizer que não estão recebendo em dia, os aposentados virão para reclamar. Então, é preciso achar um meio-termo. Onze por cento é muito? Tudo bem. Agora, vamos sentar e achar uma alíquota capaz de manter vivo isso daí. Não vamos raciocinar apenas politicamente. O PT está na Prefeitura hoje, mas, no ano que vem, poderá não estar! (Palmas.) É provável que até não esteja. Agora, a reflexão que eu fiz internamente com a Executiva Estadual é a mesma que faço publicamente aqui: é preciso, urgentemente, achar um meio-termo, 11% é muito, mas como está é muito pouco. Vai haver reflexo logo adiante, e, depois, não adianta, se trocar o Governo, querer trazer à Câmara Municipal para aprovar.

E há mais situações, como o Ver. Elói Guimarães falou há pouco. Essa PEC Paralela, eu tenho a informação de que nunca será votada, essa PEC Paralela está sendo empurrada com a barriga. O Procurador-Geral de Justiça considerou inconstitucional essa taxação dos aposentados. Então, existem novos elementos que precisamos discutir e analisar, nós precisamos ir fundo nessa situação.

Então era essa a reflexão pública que eu queria fazer, uma reflexão que fiz internamente com o meu Partido. E repito: nós vamos acatar a decisão partidária. Nós queríamos votar a favor. Não estamos recuando, estamos entendendo a argumentação que o Partido nos apresentou. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras, o tempo não passa, nós é que passamos sem que o tempo seja modificado. E quanto nós passamos por causa deste Projeto da Previdência?! Nós já deveríamos tê-lo votado e já saberíamos qual o resultado. Mas o Prefeito está com o telefone na mão, tentando mudar consciências, tentando mudar votos. (Palmas.)

Eu poderia falar muito tempo sobre a Previdência, sobre os 11%, sobre as vezes que eu disse, nesta tribuna, que nós juramos cumprir a Constituição e a Lei Orgânica. Será que eu, agora, estou mudando? Não mudei em nada! Agora, lá do outro lado, mudaram. Aprovado, na Lei do Previmpa, 2 por 1, o Prefeito vetou. Derrubamos o Veto, o Prefeito entrou na Justiça. Por que ele não botou o dinheiro lá? Agora, ele quer 2 por 1 com 11%. Mas ele mandou os 11% no ano passado, e a Emenda Constitucional foi aprovada no dia 19 de dezembro quando nós não tínhamos mais Sessão Legislativa. Mas, agora, ele quer, ele deve ter recebido um telefonema do Presidente da República dizendo para ele: “Bota 11 aí que tu me dá força aqui”. Porque não tem, neste País, quem seja capaz de dizer por que é que são 11%! O Congresso Nacional decretou autofalência! (Palmas.)

O Congresso Nacional decretou autofalência no momento em que veio para Porto Alegre - e pelo Brasil todo, é claro -, no Hotel Embaixador, ouvir os Vereadores para acertar o número de Vereadores em cada Câmara. A Emenda Paralela não tinha importância, mas receberam dois salários para votá-la! Foram comprados por dois salários, até para votar a Previdência! Decretaram a autofalência no momento em que se movimentaram para vencer todos os prazos, para votar o número de Vereadores. Mas a Emenda Paralela, prometida pelo Governo, pelos “Sarneys da vida” - pior brasileiro vivo, o José Sarney -, está aí para ser votada. E nós, aqui, estamos passando pelo tempo, fazendo reuniões, cansando os servidores municipais, cansando o Plenário, quando, na verdade, nós devemos votar e dizer não. Pronto. Está liquidado! (Palmas.)

Juntem o Executivo, os servidores são atentos, são capazes, são competentes e vão continuar na Prefeitura, vão levar mais tempo passando, mas os outros já estão de saída. (Palmas.) Vocês vão ficar! Então, é necessário que termine com essa coisa! Não adianta ficar telefonando para fazer cizânia nos Partidos!

Eu acho que nós temos de ter muito mais seriedade na nossa passagem pelo tempo. Saúde e PAZ!

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o que falta, na realidade, é credibilidade neste Governo que está aí! Credibilidade é o que eles não têm! (Palmas.) E, também, o que falta, nesta Casa, é decisão da Oposição de ser maioria e de fazer oposição firme! Porque oposição sem convicção não é oposição! (Palmas.) Como é que nós vamos votar a alíquota de 11%, se nós não confiamos nesse Partido que está aí, que nem o Senador Paim confia?! Como é que nós vamos votar?! (Palmas.)

“Ah, o IPE...” Eu fui eleito Vereador da Capital, eu não sou Deputado Estadual! O IPE estava quebrado há muitos anos! (Palmas.) “Ah, O Governo Federal...” É problema do Senador Paim que confiou no Lula, que confiou no PT! (Palmas.) Nós temos de confiar nas nossas convicções! Nós não podemos, como Oposição, andar uma hora para um lado, outra hora para outro lado! Esta não é a realidade da política brasileira! Porto Alegre tem tradição! Porto Alegre tem de ter oposição a um Governo que está há 16 anos enganando o povo porto-alegrense! (Palmas.). Essa é a realidade! É isso que nós queremos mudar, é isso que nós queremos mudar! “Ah, porque o meu Partido, na Assembléia, votou assim e assado.” Todos nós sabemos que o PT votou os 11% na Assembléia querendo a retribuição nesta Casa! Querendo a retribuição de algum Vereador ou de algum Partido desta Casa! Chegou a hora de o Vereador não depender da Assembléia, não depender do Governo Federal. Vocês imaginem se fosse o contrário, nesta Casa, o Orçamento Participativo lotando isso aqui! Empurrariam goela abaixo dos Vereadores, porque eles não sabem o que é democracia! A democracia é só deles! A democracia é só deles!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES: A democracia é só do PT! Chegou a hora de esta Casa, de esta Oposição mostrar coesão, força e derrubar, votar contra os 11%! Essa é a realidade! (Palmas.) Nós fomos eleitos para decidir com as prerrogativas que tem um Vereador na Capital. Nós não fomos eleitos para decidir o que é decidido na Assembléia ou no Governo Federal. Nós temos de decidir a nossa vida em Porto Alegre com autonomia, com prerrogativa da Câmara Municipal. Portanto, os três Vereadores do Partido Trabalhista Brasileiro irão votar contra os 11%, porque não confiam neste Partido que está no Governo Municipal. (Palmas.)

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Nós não confiamos no PT! Nós não confiamos mais no PT! Não há credibilidade neste Governo Municipal, e já se está perdendo a credibilidade no Governo Federal! O próprio Paim não confia no Governo Federal.

Então, nós vamos votar contra os 11%, porque entendemos que temos de estar junto ao funcionário público municipal e, de outro lado, nós temos de ser contra isso que está há 16 anos enganando a população de Porto Alegre. Obrigado, Presidenta. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. DR. GOULART (Requerimento): Srª Presidenta, ainda há pouco, quando ocupava a Presidência o Ver. João Carlos Nedel, eu fiz um Requerimento para que se abrissem as portas e se deixasse a população que está lá fora entrar.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. DR. GOULART: Neste momento de mais serenidade, há segurança, conforme perguntei para a chefia, queria que V. Exª, nossa Presidenta, autorizasse que as pessoas pudessem ir e vir através daquela porta.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero responder ao Ver. Dr. Goulart que essa não é uma decisão da Presidência, essa é uma decisão técnica do Setor de Segurança da Casa. Eu nem estava na Mesa quando isso foi acordado junto com o Ver. Nedel, com o Ver. Luiz Braz, com todos os Vereadores que compõem esta Mesa, também com o Ver. Elói Guimarães. Logo que houver condições, lugares, será aberta imediatamente, sem nenhum problema. Quem define isso é o Setor de Segurança, Ver. Dr. Goulart, que é o responsável por isso.

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu aguardo condições para chamar o próximo Vereador inscrito.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, demais pessoas que acompanham esta Sessão, eu acho muito ruim que este debate não esteja tratando sobre Previdência, mas, sim, antecipando o processo de escolha: se será a Oposição - ou que parte da Oposição -, ou se será o atual Governo que deve ganhar as eleições. Não que eu seja contra isso, porque há muitos anos nós disputamos uma construção política democrática neste País e uma proposta de Governo voltada às classes populares. E realizamos, aqui em Porto Alegre, uma experiência de gestão que é exemplar e para a qual os servidores têm, de um modo geral, contribuído, e muito, para que ela seja cada vez mais eficaz e eficiente na prestação de serviço.

É um erro que nós não estejamos discutindo a Previdência, porque, na verdade, não é nenhum Vereador ou Vereadora aqui que vai sofrer as conseqüências ou as vantagens de qualquer decisão que tomarmos aqui, exceto a vantagem eventual e fugaz de uns apoios a mais, ou uns apoios a menos. Mas essa é fugaz. Essa termina em outubro.

A questão da Previdência é o tipo de debate que é difícil de se fazer, de fato. É por isso que a grande maioria aqui não trata da Previdência. É difícil porque as conseqüências adversas são imediatas, de qualquer votação, e as grandes conseqüências e benefícios vêm a longo prazo. Essa é a grande dificuldade, portanto é muito mais fácil “surfar na onda” e fazer um discurso para o aplauso imediato e fácil do que, na verdade, construir uma solução que seja capaz de garantir de fato uma Previdência Pública, controlada pelos trabalhadores e que garanta, na velhice de todos os trabalhadores e trabalhadoras, condições de realmente se ter uma vida assegurada e digna, sem depender de terceiros. Essa discussão implica o seguinte: a Prefeitura Municipal de Porto Alegre fez um pacto com os servidores por intermédio de suas entidades, anos atrás, quando decidiu por uma Previdência Pública, por um regime público e próprio de Previdência, foi um pacto feito para garantia de futuro, e esse pacto, a meu juízo - é a minha opinião -, no momento em que as próprias representações dos servidores se negam a discutir uma viabilização para esse sistema público e próprio de Previdência, está sendo unilateralmente rompido. E, nesse caso...

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Gerson, vou interromper o seu tempo até que haja condições de V. Exª continuar o seu pronunciamento.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Esse pacto está sendo unilateralmente rompido, porque, nas discussões da questão da Previdência e do regime próprio - aqui acho que nenhum Vereador é alheio a isso, ou nenhuma das Lideranças com as quais, representados, os funcionários discutiram -, todos sabiam que a alíquota de 6,75% era insuficiente e era provisória.

Portanto, tentar construir agora uma solução de camisa-de-força que impeça qualquer alteração na alíquota significa que quem vota a favor dos funcionários talvez não sejam aqueles que recebem aplauso fácil, porque esses talvez estejam votando para o objetivo imediato, tanto é que os discursos aqui todos são eleitorais - derrubar o PT, não derrubar o PT - e essa não é a questão da Previdência, porque as conseqüências em relação à Previdência serão sentidas daqui a cinco, seis, sete, dez, quinze, vinte anos, e, vejam, por isso nós estamos vivendo uma certa esquizofrenia. Por quê? Porque se diz: “Não quero discutir Estado”. Mas, vejam, é impossível separar Previdência de Previdência. Previdência é igual no Estado, na União ou na Federação, e, se é igual, temos de ver quem é que está mais ou menos simpático, mas quem é que está comprometido, de fato, com uma equação previdenciária que assegure não agora, mas assegure, ao longo das décadas - que é o tempo que deve ser contado na discussão da Previdência -, uma situação e uma equação que não seja desequilibrada para os servidores, pensionistas, aposentados e Prefeitura. Porque o dinheiro da Prefeitura não é do Vereador “A”, do Prefeito ou do Secretário! Não é! Nós sabemos disso! Hoje, há um Prefeito, amanhã, outro! Os recursos da Prefeitura são recursos da Cidade de Porto Alegre.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Eu me disponho a debater com todos, como nós fizemos outras vezes, não há nenhum problema. Inclusive eu quero que esses argumentos possam ser combatidos, não há nenhum problema. Acho que é difícil combatê-los, mas eu estou disposto a discutir, por isso eu quero dizer o seguinte: ao não construirmos uma equação para a Previdência que seja capaz de equilibrar as partes, nós estamos, na verdade, apenas ligando uma bomba-relógio que não vai estourar no colo de nenhum Vereador ou Vereadora, vai estourar exatamente no colo dos mais diretamente interessados na matéria.

Então, eu quero concluir dizendo que, assim como nós fomos vaiados anos atrás quando queríamos um Montepio melhor, mais claro, talvez estejamos sendo vaiados hoje por estarmos nos comprometendo por uma equação mais justa na Previdência. Mas é o futuro que vai dizer tudo isso. Obrigado.

 

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, desde o primeiro momento eu tenho afirmado, na tribuna, e o tempo nos tem dado razão, que se tem de aguardar, porque, da maneira que está, está havendo simplesmente um confronto que, já se está vendo, não vai levar a lugar nenhum. Primeiro, quando se afirmou e se tentou vincular, e o Vereador anterior na tribuna tocou mais ou menos no assunto... É que justiça é tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais! Portanto, eu ouso afirmar que a Emenda Constitucional nº 41 - é texto constitucional porque é Emenda Constitucional -, que obriga aos 11%, é inconstitucional, porque tira a justiça e trata igualmente os desiguais!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. NEREU D’AVILA: Por exemplo, o IPE há muito tempo estava falido; portanto, os 11% da Assembléia, se fosse feita uma auditoria, seriam mais de 11%, seriam 14%. E mais: há funcionários que vão pagar com muita satisfação, porque é preferível pagar os 11% do IPE e ter bom atendimento. E lá em Florianópolis? E lá no Paraná? Não sei! Agora, não se pode é tratar igualmente os desiguais. E o Estado é uma coisa, a Prefeitura é outra!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. NEREU D’AVILA: Tanto isso é verdade que o próprio Senador Paim fez um acordo com o Governo para que outra Emenda, chamada PEC Paralela, reformulasse esse inconstitucionalismo de querer aplicar 11% para todo o Brasil. O próprio Senador tratou, e esse trato não está sendo cumprido, porque está sendo postergada a PEC e está sendo desrespeitado o acordo que o próprio Senador fez com o seu Partido e com o Governo para que fosse votada a PEC e restaurasse, inclusive, a respeito dos 11%, permitindo que, em vez dos 11%, também fosse possível ser aplicado o cálculo atuarial, como seria o caso de Porto Alegre. (Palmas.)

Mas agora - não sei se todos os senhores e senhoras sabem - surgiu algo mais forte ainda do que a PEC, porque a PEC realmente está com problemas e está sendo postergada indefinidamente. Todos os jornais de sábado, se V. Sas. acompanharam, estamparam - ouçam bem - que o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente Lula, portanto, insuspeito, Sr. Cláudio Fontelles, enviou ao Supremo Tribunal Federal um Parecer dizendo que a cobrança dos 11% para os aposentados é inconstitucional, baseado na cláusula pétrea da Constituição, de que foi atingido o direito adquirido! (Palmas.) Quem está dizendo isso não é a Câmara Municipal de Porto Alegre, é o Procurador-Geral da República! E mais, senhoras e senhores, cinco Ministros já estão a favor dessa tese! E sabem V. Sas. que são 11 Ministros no Supremo Tribunal Federal, falta um apenas para que seja considerado, em todo o Brasil, a cobrança de 11% para os aposentados inconstitucional! (Palmas.)

A Relatora é a Ministra Ellen Northfleet, por sinal gaúcha. Seria bom que todos mandassem um telegrama para ela dizendo da validade da inconstitucionalidade de taxar os aposentados. Aliás, o PT, quando era Governo, junto com o PDT, entrou contra o Supremo quanto à taxação dos aposentados. O PT também, que ironia, não é? Então, se for tomada essa decisão dos 11% em relação aos aposentados, muda tudo! Este Projeto aqui tem de ser retirado! (Palmas.)

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero lhe dar meus parabéns...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): É que acabou o tempo, mas, por favor, Vereador.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª abordou um tema e uma colocação de 24 horas, mas que é determinante.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Eu concluo dizendo que inicialmente nós queríamos esperar a PEC, até foi solicitada por uma Bancada a presença do Senador Paim aqui, para melhor discutirmos. Então, dá a impressão de que se queria postergar; não. Agora, impõe-se, em nome do bom-senso, que se aguarde a decisão do Supremo, até porque votar agora 11% ou não, amanhã ou depois o Supremo...imediatamente será modificada essa Lei. Então, acho que o melhor, neste momento, é a retirada do Projeto e a renegociação desse problema.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, caro Ver. Nereu, eu digo o contrário a V. Exª Eu quero dizer aqui que não votar este Projeto é uma irresponsabilidade desta Câmara para com a Cidade e para com os trabalhadores que estão ludibriados por discursos enviesados, por discursos equivocados que não ajudam os trabalhadores, e os Vereadores não têm direito de tentar, aqui, “surfar” na facilidade deste debate para receber aplausos. Não votar este Projeto é contra a Cidade de Porto Alegre, porque, Ver. Dr. Goulart, veja bem V. Exª, a folha dos aposentados, no mês de fevereiro, é de 17 milhões, a folha dos pensionistas é de seis milhões. Somando isso, são 23 milhões de reais. Sabe quanto vem de arrecadação? Dez milhões por parte dos trabalhadores.

Nós defendemos há muito tempo, Ver. Isaac, aqueles que estão no campo da esquerda, a idéia de que Previdência é solidariedade entre as gerações. Nós sabemos disso e defendemos, mas isso mudou com a Emenda Constitucional nº 20, em 1998. E o que a Constituição diz hoje é que não existe mais o conceito de solidariedade entre as gerações. A aposentadoria, hoje, Verª Margarete Moraes, significa, Ver. Isaac Ainhorn, um acúmulo que fazem os trabalhadores da iniciativa privada e os trabalhadores públicos para auferir a sua aposentadoria, Joaquim. Eu demonstro com isso, Joaquim, tu que não deixaste votar os 9% em dezembro, que foi acordado com o Conselho, inclusive, e aprovado pelo Conselho de Administração do Previmpa. Meu amigo, você foi um dos que não deixou votar os 9% acordados com o Conselho de Administração. Vejam bem o que existe hoje, aqueles trabalhadores que de costas me escutam hoje: com esses valores, Joaquim, 17 na folha dos aposentados e 6 dos pensionistas, existe em Porto Alegre, sim, o conceito de solidariedade entre as gerações. Talvez, um dos poucos Municípios neste País, e isso precisa ser compreendido. Aqui existe, porque a população paga 20 milhões com seus tributos nessas folhas. E veja bem, Joaquim, aqueles que entraram depois da Lei nº 478, hoje o Município, se mantivermos a irresponsabilidade da não votação, passa apenas 6,75%, passaria a repassar 22% para o Fundo de Capitalização. Se não votarmos, Ver. Pedro Américo Leal, para a conta de capitalização que vai garantir a aposentadoria daqueles que ingressaram depois de 2001, o Município vai continuar passando um por um. E tem mais, desse percentual, Ver. Wilton Araújo, que sensibilizado estava, 1% do aumento de alíquota vai para um Fundo de Reserva para garantir a aposentadoria dos trabalhadores.

É esse o debate, porque vir aqui falar contra o PT, a favor ou contra, não adiante nada. Esta Câmara de Vereadores tem de debater tecnicamente, Ver. Dr. Goulart, porque tem responsabilidade com a Cidade e responsabilidade de manter um sistema próprio de Previdência Pública, que, se não for votado este Projeto, terá grandes dificuldades de manutenção. Temos de ter seriedade neste debate, responsabilidade. E os trabalhadores públicos, que, pelo seu Conselho de Administração, pelo seu Conselho Fiscal, tinham decidido, em dezembro, uma alíquota próxima de 9%, aprovada, inclusive, pelo Conselho de Administração, sabem que para manutenção sustentável, como manda a Constituição Federal, porque já não existe mais o conceito de solidariedade entre as gerações, é necessário que haja uma atualização atuária, que haja uma atualização de recursos, porque, senão, não se mantém o sistema, não se mantém a integridade do regime próprio e pune-se a população de Porto Alegre, que deixa de receber recursos para obras necessárias para Saúde, para Educação.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Portanto, senhores servidores, Porto Alegre é um dos poucos Municípios em que o conceito de solidariedade entre as gerações se mantém, e aqueles que hoje não entendem isso chorarão amargamente amanhã. Agora, esta Câmara, Ver. Cláudio Sebenelo, tem de discutir tecnicamente, tem de discutir com seriedade, tem de discutir com a Cidade e com a totalidade dos trabalhadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito que o Ver. Wilton Araújo aguarde silêncio para fazer uso da tribuna. (Pausa.)

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/03.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão acompanhando há alguns dias a votação deste Projeto, um dos mais importantes sobre o qual a Câmara se debruça este ano. Eu vou aceitar o desafio do Ver. Juarez Pinheiro, porque acho que é bem este o caminho que nós devemos seguir aqui: discutir o Projeto, discutir as suas alternativas e possibilidades e, se possível, chegar a uma solução que seja boa para Cidade, para os trabalhadores municipais.

Quero dar o meu testemunho de que, destes cálculos que nós estamos, hoje, aqui conversando, os 11%, os 7%, enfim, nenhum deles me convenceu, quero deixar bem claro. Não há solidez nesses números. E eu quero dizer com muita vontade isso para quem fez os 11%, ou para quem está aceitando os 11%, como sendo uma determinação superior, e para aqueles que, no afã de chegar a um número menor, recalcularam e chegaram a um outro número. Eu não vejo nem um nem outro como sendo uma coisa sólida, Ver. Juarez Pinheiro. Possivelmente não seja nem um nem outro, seja um outro número, que, sim, vá propiciar, vá fazer com que os aposentados tenham tranqüilidade e todos os funcionários possam dizer que o seu futuro está garantido lá na frente. Se isso é verdade - e eu sei que isso é verdadeiro, para mim, ele é verdadeiro -, também é verdadeira a outra situação política que está aqui colocada.

A questão política é que em poucos meses a Administração Municipal que colocou como sendo um fundamento para a retirada da bimestralidade um déficit acabou fechando o ano com superávit. Então, não há como, politicamente, se garantir um percentual desejado por esta Administração, quando nós estamos vendo que caminha, sim, para a retirada - e já foi feito - da bimestralidade, para ampliar os seus descontos para 11%, que retira mais tanto, mais quatro e tanto, mais cinco. E isso, sim, somados, dá algo que o bolso do funcionalismo público municipal não pode agüentar. Tenho certeza de que, se tivessem respeitado o direito de vocês da bimestralidade, da integralidade da bimestralidade, Ver. Juarez Pinheiro, esta situação crítica, tensa, não seria necessária, possivelmente. Os cálculos poderiam ter sido outros e também aceitos numa discussão séria, organizada, boa. Mas tirar a bimestralidade, aumentar a alíquota é o mesmo que pisar em cima do funcionário público.

Faço o encerramento da minha participação dizendo que, com toda a sinceridade, tem de haver um outro caminho, um caminho que seja bom, que seja adequado. Mas para que isso aconteça, Ver. Carlos Pestana, não é 11% ou não 11%, esta não é a discussão boa. Esta não é a boa discussão. Eu tinha emendas que escalonavam e já as retirei, porque não propiciaram o debate, não conquistaram o caminho para que esses dois pólos pudessem trazer a verdade. Por isso as retirei. Mas tenho a certeza de que este é o momento adequado, pretendo que seja votado hoje, mas, se assim entender a Bancada governista, de, em retirando o Projeto, fazer com que a discussão leve em consideração a posição do Supremo, a posição da PEC, terá o meu apoio, porque será uma discussão séria. E é isso o que nós queremos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Wilton Araújo.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, solicito verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito a abertura do painel para o registro das presenças dos Srs. Vereadores.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidenta, visivelmente há quórum. Portanto, é descabido o requerimento do Ver. Carlos Pestana. É uma manobra do PT para não votar. Mais uma manobra!

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Isaac Ainhorn, V. Exª já foi Presidente desta Casa e sabe que uma vez solicitada a verificação de quorum cabe à Presidência atender.

Solicito a abertura do painel eletrônico. (Pausa.) Há quórum.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidenta, V. Exª fez a verificação de quórum, e eu gostaria que informasse quantos Vereadores há no plenário. Eu solicito nova verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn solicita nova verificação de quórum. (Pausa.) Há quórum. Segue a discussão.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Eu requeiro a V. Exª o adiamento da discussão do PLCE nº 010/03 por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu aguardo silêncio.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Presidenta, antes de V. Exª fazer a declaração, eu estava aqui na tribuna, levantei o braço e pedi Questão de Ordem porque era esse o objetivo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Juarez Pinheiro, V. Exª encaminhou o Requerimento por escrito?

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, eu talvez já esteja desabituado com a Casa. Nunca vi um pedido de adiamento por escrito, sempre foi formulado e assinávamos ao lado. Eu quero assinar o Requerimento. Eu estava aqui pedindo Questão de Ordem quando o Ver. Isaac... Então, estou fazendo a solicitação de adiamento por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidente, foi feito um acordo, e esse acordo tem de ser cumprido.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encaminhado o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, eu coloco em votação. (Pausa.)

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, é da regra legislativa; tem direito, sim, o Vereador de requerer. Eu sei que havia, Ver. Cassiá, um acordo preliminar, e nós gostaríamos que fosse avante, mas, em não havendo acordo, vale o Regimento da Casa, e o Regimento da Casa permite que o Vereador solicite adiamento de votação por uma, por duas, por três, por quatro Sessões.

Nós achamos que a Bancada governista está profundamente equivocada. Por que está equivocada? Nós, Ver. Isaac Ainhorn, e vários Vereadores viemos a esta tribuna ao longo desses dois meses dizendo: “Vamos fazer uma Mesa e fazer uma negociação sobre esta matéria.” E o Governo em nenhum momento atendeu aos apelos de uma Oposição que quer ajudar a construir, de uma Oposição que sabe que tem responsabilidade com a Cidade. Diz muito bem o Ver. João Bosco, e nós já dissemos aqui: achamos que o pacto federativo tem de ser respeitado e que os Municípios têm de ter autonomia para fixarem as suas alíquotas. E tanto é verdade que a própria Prefeitura fez o cálculo atuarial, que não deu 11%, na melhor das hipóteses. Agora, eu sou testemunha viva de que nesta tribuna, Ver. Beto Moesch, o Líder do Governo na época, Estilac Xavier, disse 230 vezes que não colocaria no cálculo aquilo que era responsabilidade da Prefeitura, portanto os 40 milhões que querem dividir com os servidores... Tem de vir nesta Casa o Sr. Estilac Xavier, que hoje é Deputado Estadual, e dizer em nome do Governo: "Eu estava equivocado". Porque quem disse isso foi ele - está ali na minha pasta -, não fui eu quem disse isso. Por isso, eu quero dizer mais uma vez, Ver. Juarez Pinheiro: retire este Projeto - porque o Governo pode fazer isso - e vamos negociar. Se não forem 6,75%, também não são 11%, vamos encontrar um cálculo. A Presidenta deferiu um pedido da Bancada do PMDB e outro do PP pedindo um cálculo à Universidade Federal. Porque, senão, nós vamos ficar dizendo: "O Fulano tem razão... Não tem razão... O Beltrano é coerente... Fulano é incoerente..." Todos aqui têm um pouco de “telhado de vidro, é verdade. Correto?

Eu quero dizer que eu não vou mudar o discurso: sou parceiro, continuo sendo parceiro para encontrar uma solução mediana, Ver. Beto Moesch. Agora, o Governo tem sido intransigente nessa questão. Bom, se o Governo acha que tem voto, que coloque em votação; mas, se ele não possui os votos, ele não tem o direito de procrastinar também!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Essa medida é procrastinatória! Coloque em votação, Ver. Juarez! Esse jogo de empurra-empurra, de "Eu tenho mais um voto... Eu não tenho... Eu vou ali...", não está correto. Vamos colocar em votação, ou retirem o Projeto. Eu acho que de duas uma: ou coloca em votação este Projeto hoje, ou retirem-no de Pauta!

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O que não dá, na minha avaliação, com todo o respeito, é continuarmos assim. Porque na quarta-feira vai haver mais um requerimento; na quinta-feira mais outro requerimento. Então eu penso que ou nós votamos esta matéria hoje ou o Governo retira e a gente vai fazer uma grande Mesa, de forma responsável, com os servidores, Oposição, Situação, Governo e vamos encontrar uma solução. Até porque o Supremo está-se manifestando sobre isso, o Procurador-Geral da República também, a Emenda Paralela... E eu quero dizer o seguinte: não há proibição de fixar a alíquota em menos de 11%. Portanto, esse discurso de dizer que são 11% não é verdadeiro, porque o Governo havia enviado o Projeto no ano passado com 11%, quando não havia a Emenda Constitucional, estava disposto a votar 9%.

Portanto, eu acho que, querendo, podemos encaminhar. Mas, se não quiserem retirar de Pauta, eu sou daqueles que acham que nós temos de votar o Projeto hoje. Muito obrigado.

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Atenção: nós estamos encaminhando o Requerimento apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro que solicita adiamento da discussão do PLCE nº 010/03 por uma Sessão.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, disse bem o Ver. Isaac Ainhorn antes, e o próprio Ver. Cláudio Sebenelo, que esse instrumento do adiamento de votação é um instrumento democrático, adequado, do nosso Regimento, para que se resolvam questões da melhor forma possível. Então, estamos usando um instrumento da democracia, de funcionamento do Plenário com o objetivo de buscar uma boa solução.

Lembro que, em dezembro, este Vereador, encarregado que estava pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Pedro Américo Leal, sentou-se com o Conselho de Administração - membros, representantes - e acordamos a votação do Projeto e, depois, também a aprovação de quatro ou cinco Emendas. Lembro que falei isso inclusive com o Presidente do Conselho, o Rigotti, tenho muito respeito pela sua militância. E estava este Vereador tranqüilo de que aquele acordo seria cumprido.

Esses trabalhadores que representam - e bem, a exemplo do Adalberto e de tantos outros - todos os trabalhadores municipários na estrutura do Previmpa entenderam, depois de formular o acordo com este Vereador no que tange ao teor das Emendas, a percentuais, Srª Presidenta, de dialogar com a Bancada de Oposição e fazer com que houvesse o adiamento da votação, mesmo tendo acordado. E eu entendi a não-respeitabilidade do acordo firmado, porque para todas as Emendas que me foram apresentadas, em nome do Governo, eu disse “sim”. Mas entenderam que isso deveria ficar para uma outra votação e solicitaram às Bancadas de Oposição, ao Ver. João Dib, ao Ver. Cassiá Carpes - lembro bem - que não fosse realizada aquela votação porque entendiam que o Projeto carecia, ainda, de uma melhor discussão. E, Ver. Pedro Américo Leal, este Vereador, mesmo tendo formulado o acordo, mesmo tendo aceito todas as Emendas apresentadas - todas, sem exclusão de uma -, entendeu, a exemplo da Bancada que eu representava naquele momento, que os trabalhadores municipais tinham o direito de rever a sua posição; posição que tinham inclusive tirado na reunião do Conselho de Administração, havia sido uma deliberação, e eu achei legítimo. Eu não faço crítica ao fato de que os membros do Conselho de Administração tenham solicitado, Ver. Nereu D’Avila, aos Vereadores de Oposição que não fizessem a votação porque eles queriam verificar melhor inclusive as Emendas que haviam formulado no Conselho.

Pois o que se está pedindo agora, aqui, neste momento, Ver. João Dib, com seriedade, com responsabilidade, não com emocionalismo, não com gritos, é que este Projeto, que é vital para os trabalhadores municipários, que é vital para o Previmpa e que, acima de tudo, tem a ver também com os contribuintes desta Cidade, tenha o adiamento de sua discussão por uma Sessão.

Eu, Ver. Wilton Araújo, neste momento, mesmo discordando de V. Exª no que tange ao mérito, passo brevemente por aqui, quero prestar o meu respeito a V. Exª, porque V. Exª veio aqui e discutiu o Projeto, que é o que todos nós deveríamos fazer. Dialogar, sim, com a Casa, dialogar com os trabalhadores, mas discutir o Projeto e não vir aqui fazer um palanque eleitoral que não traz nenhum benefício para os trabalhadores municipários ou para a Cidade.

Então, Ver. Dr. Goulart, o nosso pedido é igual ao pedido que os trabalhadores fizeram em dezembro, depois de terem acordado percentuais e Emendas - todas aceitas -, de que adiassem por uma Sessão; e o Projeto veio até aqui. Então, o que se faz neste momento, com seriedade, com respeito aos trabalhadores, com respeito à Bancada de Oposição, é no sentido de chamar a atenção para que o bom-senso, que é a lógica desta Câmara, que tem história, desta Câmara que não se deixa atropelar por interesses setoriais, que esta Câmara de Vereadores, mais uma vez, cumpra os desígnios da sua honra, da sua responsabilidade com a Cidade e faça com que haja um espaço para um aprofundamento das discussões, para que possamos chegar a um bom termo. Reafirmo que o que estou pedindo é aquilo que os trabalhadores pediram em dezembro. Muito obrigado.

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passar a palavra ao nobre Ver. João Antonio Dib, eu quero esclarecer ao Plenário, aos Vereadores e às Vereadoras, que nós estamos encaminhando o Requerimento apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro, que solicita o adiamento da discussão do PLCE nº 010/03 por uma Sessão, segundo o art. 17, do Regimento desta Casa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu, às vezes, tenho algumas dificuldades para me pronunciar nesta tribuna. No meu pronunciamento anterior, eu havia dito que o tempo não passa; nós marcamos a nossa passagem pelo tempo. Portanto, esta votação, este debate também estão sendo marcados. Eu vi gente ali querendo comprar uma lata de tinta preta para marcar a nossa passagem neste momento. Porque o que está acontecendo aqui - não é hoje que eu estou dizendo - é uma barbaridade!

Nós estamos na 27ª Sessão Ordinária, e uma boa parte das Sessões foi encerrada por falta de quórum. Não tem sentido procrastinarmos mais! Não tem sentido!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: A não ser que o Executivo deseje retirar o Projeto para depois examiná-lo, bom, aí até a nossa Bancada votará favoravelmente. Nós já dissemos isso desta tribuna. E hoje o Ver. Sebastião Melo levantou novamente o problema; se for para retirar, para reexaminar com os servidores... Porque até agora não aceitaram nada, até agora foram intransigentes.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Agora, quando têm absoluta convicção de que vão perder, querem adiar por uma Sessão! Eu acho que é um desaforo o que a Câmara estaria fazendo, não só aos servidores que aqui estão, mas a toda a população porto-alegrense que nos mandou para representá-los. Não se pode fazer uma coisa dessas!

Eu não posso entender que tenhamos que marcar um dia na nossa passagem com tinta preta, porque seria um dia de luto: a Casa do Povo de Porto Alegre, depois da discussão que aqui houve, depois dos telefonemas que circularam, aqui, querer adiar por uma Sessão. O que é que aconteceria na próxima Sessão? Nada! Absolutamente nada! Nós teríamos as mesmas condições, porque o Governo não quer transigir.

Então, vamos assumir a nossa responsabilidade e vamos votar. Eles sabem que não têm a quantidade de votos necessários, e nós, então, vamos votar. Por que eles não votam? Por que eles vão perder? Quem sabe até quarta-feira possa acontecer algo estranho, mais preto do que está acontecendo agora? Eu acho que nós não podemos servir de joguete nas mãos de ninguém. Pedimos duas vezes verificação de quórum. Havia 11 Vereadores na discussão, havia quórum. Aí, pede outra vez? Nós estamos brincando de Vereador? Não é verdade. Saúde e PAZ!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, desde o ano passado, quando foi apresentado este Projeto, eu me debrucei sobre o mesmo. Solicitei o cálculo atuarial, e, hoje, muitos dizem que foi a única solicitação das diversas Câmaras do Brasil, mas acho que foi importante, porque deu para dar um panorama das reais necessidades. Ao mesmo tempo, quando veio o cálculo atuarial no dia 24 de março e recebendo o Fórum das Entidades, acordamos com a Bancada e a Liderança do PT, por intermédio do Ver. Carlos Pestana, no sentido de que o Projeto não seria votado enquanto não houvesse, nesta Casa, a Audiência Pública, e ela foi realizada. O Fórum das Entidades é testemunha de quanto nós levamos para construir isso. E é em cima disso que eu venho neste momento utilizar a tribuna para dizer que entendo que uma Sessão a mais ou a menos não vai fazer diferença, porque, no meu entendimento - e respeito a posição -, o resultado já está posto.

Portanto, este Vereador que, durante algumas Sessões, lutou para que não houvesse a votação enquanto não houvesse a Audiência Pública vem aqui também sentir-se no direito de interceder e tentar fazer com que - é uma Sessão -, na quarta-feira, nós possamos, sim, dar uma posição final. Respeito posição contrária, mas já quero dizer que vou votar para que se adie por uma Sessão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, funcionários do Município que se encontram nesta Casa, talvez eu não necessite dos cinco minutos, mas quero deixar aqui o meu registro. Eu não sei se os senhores estão informados de que o custo desta Câmara, no ano passado, foi algo em torno de 45 milhões de reais, ou algo bem próximo desse valor. Se alguém pegar uma calculadora e fizer o cálculo do custo diário desta Câmara, verá que o valor não é muito baixo. Então, eu acredito que esse adiamento é desnecessário, ficar “empurrando com a barriga” é um custo muito alto para o Município.

Não é da área deste Vereador a área tributária, temos outros Vereadores aqui que são especialistas nessa área, eu me detenho mais na luta, a qual me propus há muito tempo, que é a de combate às drogas e à violência, eu trabalho diariamente com pessoas e famílias envolvidas com essa área. É incrível que não existe dinheiro no Município para fazer esse trabalho, mas existe dinheiro para perder com um adiamento tão caro para a sociedade.

Se o Executivo, se o grupo de Vereadores da Situação está seguro, por que, então, não votar? Se não estão seguros e vão ficar “empurrando com a barriga”, então retirem este Projeto para discutir, para achar um meio-termo que seja bom para todo mundo. O que não pode é esse desrespeito. Não é porque os senhores estão aqui, nem é “rasgação de seda”, mas acho que é um desrespeito. Os senhores são cidadãos, pagam os seus impostos, trabalham, ajudam a máquina, ajudam a Administração da Cidade e estão fazendo os senhores de bobos, essa é a leitura que eu faço. (Palmas.) Então, senhores, é uma falta de respeito ficar “empurrando com a barriga” essa votação, porque não há nada de novo para acontecer de bom, o que pode acontecer de novo é alguma coisa na calada da noite, isso pode ser que aconteça.

A posição deste Vereador é que se leve à votação ou se retire o Projeto para se discutir de uma forma mais equilibrada, com mais sabedoria, mais iluminação na discussão do assunto. Mas não dessa forma, “empurrando com a barriga” - isso é uma falta de respeito! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, nós estamos discutindo o Requerimento do nobre Ver. Juarez Pinheiro que pede adiamento, por uma Sessão, do presente Projeto de Lei. Democraticamente, na forma do Regimento, estamos aceitando esse debate. Porém, gostaria de que o Líder da Bancada de V. Exª, Ver. Juarez Pinheiro, o ilustre Ver. Carlos Pestana, observasse o seguinte: se a tese de adiamento, por uma Sessão, de V. Exª vencer, nós, democraticamente, nos submeteremos a ela. Mas vou fazer um apelo a V. Exª e a sua Bancada, Vereador: se for derrotada a tese de V. Exª, faço um apelo ao PT, a sua Liderança e aos seus integrantes aqui desta Casa para que não retirem o quórum, respeitem a vontade soberana e acatem a decisão dos Vereadores, apenas isso. Não tomem essa medida, porque aceitamos a posição de V. Exª Estamos discutindo, encaminhando a matéria; se V. Exª ganhar na sua proposta, vamos, democraticamente, nos submeter a ela. Caso contrário, faço um apelo a V. Exª, porque, senão, fica escancarado aquilo o que algumas vozes estão dizendo: que o PT, sistematicamente, vem procrastinando essa matéria, e isso tem causado graves prejuízos à Cidade, porque inúmeras matérias importantes que estão na Pauta, na Ordem do Dia, não têm podido ser votadas em função, praticamente, do impasse que se criou em cima desta matéria. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Sebastião Melo, o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, solicitando adiamento da discussão do PLCE nº 010/03 por uma Sessão. (Pausa.)

Eu garanto a presença do Ver. Pedro Américo Leal e encerro o painel eletrônico.

Qual é o seu voto Ver. Pedro Américo Leal?

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Voto “Não.”

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Portanto, 15 votos NÃO; zero votos SIM. Está encerrado. Neste momento, qualquer votação exigia 17 votos. Mesmo com o voto do Ver. Haroldo de Souza, temos 16. Não temos quórum; está encerrada a Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h03min.)

 

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